Assentamentos de Maragogi (AL) entram na Rota da Fruticultura

Os assentamentos do município de Maragogi (AL), a 134 quilômetros da capital, Maceió, vão ser inseridos no polo alagoano da Rota da Fruticultura. As famílias dessas áreas são conhecidas pela produtividade e participação efetiva na economia da região Norte do estado.

Dados do Incra confirmam que a fruticultura é responsável por 57% da produção total dos assentamentos de Maragogi e por 75% da geração de renda. Abacaxi, banana, graviola, coco e maracujá se destacam entre os itens mais cultivados.

Experiências recentes com o açaí também têm crescido. Na área de reforma agrária Bom Jesus, além da polpa de frutas, há a produção pioneira de café de açaí.

Maragogi é o município com o maior número de assentamentos federais em Alagoas. São18 áreas de reforma agrária criadas pelo Incra, totalizando 12,8 mil hectares, nos quais vivem 1.611 famílias.

Todos esses aspectos motivaram o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), o Banco do Nordeste e a prefeitura a buscarem uma parceria. O objetivo é fortalecer a atividade localmente.

O Incra articulou a participação de representantes dessas instituições em um evento para debater as potencialidades produtivas no município. Lideranças e assentados estiveram presentes. O encontro, no dia 13, foi realizado no auditório do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).

O assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Aldo Aloísio Dantas da Silva, destacou que o município reúne as condições ideais para a ampliação da Rota da Fruticultura no estado.

“Os assentamentos de Maragogi já têm experiência com essa e outras culturas mais tradicionais, por isso, com a parceria, será possível estruturar a cadeia produtiva no município e na região.”

As rotas definidas pelo MDR aproveitam cadeias produtivas existentes a fim de criar arranjos locais. A finalidade é a inclusão e o desenvolvimento sustentável. Além do polo alagoano, o Cariri e o Centro-Sul cearenses fazem parte da Rota da Fruticultura.

Parcerias e compromissos

O Banco do Nordeste pretende apoiar os assentados. O gerente local do BNB, Marcel Henrique de Melo Alves, disse que acredita na iniciativa. “Maragogi tem, não só no turismo, mas na agricultura familiar, uma base muito forte, e, diante do interesse dos produtores, há espaço para ampliar essa parceria.”

O superintendente do Incra, César Lira, reforçou a importância do BNB na economia das áreas de reforma agrária. “A agência do banco em Maragogi já faz um trabalho muito amplo e rico com os agricultores, por isso, o Incra vai buscar formas de propiciar ao assentado manter o recebimento de seus créditos e acessar o Pronaf para fortalecer sua produção”, ressaltou.

Lira explicou que a autarquia tem ampliado ações e investimentos em Maragogi e na região, em função desse potencial identificado. “Temos como meta, para 2021, a emissão de 600 títulos definitivos em Alagoas, e a metade corresponde a assentados de Maragogi.”

Conforme o assessor especial do MDR, a pasta vai reforçar a atuação do Incra e proporcionar algo concreto a partir da visita ao município. Ele assumiu três compromissos com os beneficiários da reforma agrária de Maragogi e de Alagoas.

O primeiro citado por Aldo da Silva é apoiar o Incra na entrega de mais mil documentos de titulação no estado. Os demais são: pavimentar a principal estrada para escoamento da produção dos assentamentos do município e assegurar a certificação federal necessária à comercialização dos produtos da fruticultura.

O superintendente do Incra indicou a existência de uma chamada pública aberta voltada à contratação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). Também contará com ajuda do MDR nesse aspecto. “Nada mais oportuno do que inserir, dentro do trabalho da Ater, o reforço à produção e comercialização de frutas na região.”

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