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Assentamentos cearenses são escolhidos como piloto do Programa Produzir Brasil
Pitaya produzida no assentamento Terra Nova. - Foto: Nedilson Maciel
Os assentamentos cearenses Guanabara e Terra Nova foram selecionados para participar do Programa Produzir Brasil, coordenado pela Secretaria de Agricultura Familiar, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Saf/Mapa), em parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e com o Incra.
Os dois projetos de assentamento estão localizados em territórios abrangidos pelo Programa AgroNordeste, também de iniciativa do Mapa, que tem por objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural no semiárido brasileiro.
O Mapa avalia a possibilidade de expandir para outros 300 projetos de assentamento que compõem o Agronordeste, após aprovação dos projetos piloto. Para isso, o BID deve disponibilizar US$ 230 milhões de financiamento com US$ 40 milhões de contrapartida do Ministério.
O Programa Produzir Brasil visa desenvolver e executar um plano de integração de assentamentos a mercados para a incorporação de agricultores assentados às cadeias de valor regionais, por meio da gestão produtiva e da promoção e fortalecimento de parcerias comerciais, gerando renda, independência econômica e melhoria da qualidade de vida das famílias assentadas.
O assentamento Guanabara, no município de Jaguaretama, localiza-se no Território do Vale Jaguaribe e possui 77 famílias assentadas. Já o Terra Nova, no município de Morada Nova, localiza-se no Território de Quixeramobim e possui 98 famílias assentadas.
Guanabara e Terra Nova estão entre os oito assentamentos piloto selecionados no Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas que estão pleiteando recursos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiamento de atividades produtivas nas áreas de reforma agrária.
Reuniões
O pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Nedilson Maciel, esteve entre os dias 21 e 25 de junho, acompanhado do servidor do Incra/CE, Ytalo Renno Custódio, reunido com famílias dos assentamentos Guanabara e Terra Nova para realização
in loco
de um levantamento e aplicação de pesquisa de campo.
“Nesse primeiro momento o objetivo foi conhecer as condições das famílias assentadas; as ações produtivas do assentamento; identificação de gênero nas produções, ou seja, o envolvimento das mulheres nos projetos; a proteção ambiental da área e a integração com o mercado consumidor”, explicou Nedilson.
De acordo com o pesquisador, no assentamento Terra Nova os assentados escolheram trabalhar com a produção de mel (apicultura); o cultivo da pitaya (fruticultura), que já possui 1,5 hectare plantado no assentamento, e com a criação de gado de leite (bacia leiteira). No assentamento Guanabara as famílias optaram por investir na produção de mel (apicultura); criação de gado de leite (bacia leiteira) e criação de frangos de corte caipira.
“Nós elaboramos seis projetos para o Ceará. Isso dá uma maior diversificação da produção, na medida em que não concentra toda força produtiva da comunidade em uma só atividade. São cadeias produtivas diferentes e que não entram em conflito umas com as outras. Isso garante maior sustentabilidade para as famílias e potencializa o envolvimento de todos os membros”, ressaltou.
Nedilson explicou que os projetos elaborados serão encaminhados para a sede do BID em Washington, nos Estados Unidos, ainda no mês de julho e a resposta sobre a aprovação ou não dos projetos está marcada para o mês de setembro.
“Se os projetos forem aprovados, poderemos expandir as cadeias produtivas dos assentamentos cearenses. Os recursos serão usados para aquisição de colmeias, cera alveolada, equipamento de proteção individual (EPI) para os apicultores, aquisição de matrizes leiteiras, entre outros”, explicou.
Seleção dos assentamentos
Os assentamentos escolhidos para participar do Programa Produzir Brasil precisam seguir alguns requisitos, tais como: localizarem-se nos municípios dos Territórios Prioritários Agronordeste; estarem próximos da titularização; conter entre 70 e 100 famílias assentadas e não estarem localizados em áreas de litígios ou conflitos.
(85) 3299-1307