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Agroecologia
Assentamento de famílias em Projeto de Desenvolvimento Sustentável catarinense é homologado
Famílias cultivam em coletivo e entregam mais de 100 cestas semanais em Florianópolis. Foto: Arquivo da comunidade
Assentados da reforma agrária. A partir de agora, é assim que podem se autodenominar as oito famílias que habitam coletivamente o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Comuna Amarildo de Souza, área de 130 hectares na localidade de Rio Miguel, em Águas Mornas, a 45 quilômetros de Florianópolis (SC).
O reconhecimento traz às famílias os benefícios concedidos pelo Incra, como as linhas de crédito que permitem a instalação no assentamento e o desenvolvimento de atividades produtivas nos lotes. Neste primeiro momento, os assentados terão acesso à modalidade Apoio Inicial, de até R$ 5,2 mil por família. Após a celebração de Acordo de Cooperação com ente governamental ou associação comunitária para elaborar plano de trabalho e construir moradias, as famílias poderão receber até R$ 34 mil.
“O acesso ao crédito vai nos permitir trabalhar com a compreensão do investimento, do planejamento a longo prazo, o que é fundamental na agricultura familiar. É muito gratificante ter a tranquilidade hoje de saber que ali a gente pode construir o nosso futuro”, explica Fabio Coimbra Ferraz, sobre o sentimento de ser assentado.
Agroecologia e consumo consciente
O apoio estatal chega para impulsionar o trabalho das famílias que, desde 2017, vêm organizando a produção nos moldes da agroecologia e já possuem certificação orgânica participativa. Hoje, o assentamento abastece a capital catarinense com entregas de cestas semanais para mais de 100 famílias consumidoras, que fazem a assinatura mensal. “A homologação é muito importante também porque fortalece o nosso projeto das células de consumo consciente, que está completando três anos”, destaca a assentada Barbara Santos Ventura.
Às segundas e terças-feiras, as cestas contendo oito itens produzidos na semana saem do assentamento e chegam a oito pontos de entrega na Grande Florianópolis. Mais do que adquirir alimentos, nesta rede, os parceiros apoiam o modo de produção, feito com compromisso social e ambiental pelas famílias assentadas. “O principal é esse contato direto com o produtor. É muito educativo para meus filhos ter a exata noção de onde vem o alimento e para quem vai nosso dinheiro. No último natal, por exemplo, eles quiseram colocar na nossa árvore mimos para nossos amigos do assentamento. Isso nos aproxima da terra, é uma relação muito saudável”, conta Elenise Magnus Hendler, consumidora parceira do projeto.
A experiência do PDS Amarildo mostra que converter uma área pública em terreno fértil para produção de alimentos saudáveis é uma conquista não somente das famílias que um dia reivindicaram essa oportunidade às margens da rodovia SC-401, mas de toda a sociedade. Conscientes dessa responsabilidade, os agricultores querem ir além. “Nosso sonho é fazer o alimento produzido aqui no assentamento chegar àqueles que hoje destinam boa parte de sua renda para o pagamento de aluguéis. Talvez esse seja o ponto mais importante, porque nós também somos famílias vindas da periferia e enfrentamos essa realidade”, conclui Barbara Ventura.
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