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Assentados são semifinalistas de prêmio nacional de ciência e tecnologia
Caroline Alves, Eliane Andrade e Marciano Marques, jovens assentados de 15 anos, estão entre os 20 semifinalistas da oitava edição nacional do Prêmio Respostas para o Amanhã. Foto: Incra: Ascom Incra/GO
Caroline Alves, Eliane Andrade e Marciano Marques, jovens assentados de 15 anos, estão entre os 20 semifinalistas da oitava edição nacional do Prêmio Respostas para o Amanhã. Eles concorrem com o projeto de produção de um tijolo ecológico que ganhou o nome de Eco Tijolo V4. Os três são os únicos representantes de Goiás no concurso que teve 1.843 projetos inscritos neste ano.
Além dos jovens, dois professores, George Fontenelle e Juliana Ramos, são os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. Fontenelle integra o programa de mediação tecnológica da Secretaria Estadual de Educação, o GoiásTec. Juliana está na sala de aula da extensão rural da escola Estadual Josino Silva, no município de Amaralina, norte do estado, onde os jovens cursam o primeiro ano do ensino médio.
A decisão do grupo de desenvolver o eco tijolo se deve à necessidade de melhorar moradias nos assentamentos onde os jovens vivem, Água Fria e Plínio de Arruda Sampaio. Como projeto piloto, os três estudantes e os dois professores abriram uma vaquinha virtual com meta de arrecadar R$ 25 mil para construir a residência de uma idosa no assentamento Água Fria.
Caroline, Eliane e Marciano estão felizes de estar entre os 20 projetos semifinalistas do Respostas para o Amanhã. Estão orgulhosos de todo o conhecimento que adquiriram nesta jornada. Mas o que deixa os três mais alegres é saber que podem modificar a vida da comunidade onde vivem. “Isto é muito gratificante”, ressaltou Marciano.
Eco tijolo
A equipe trabalha no projeto do eco tijolo desde maio. Eles lembram que a trajetória exige estudo, pesquisa e muitas horas de dedicação. “Para continuar, é preciso acreditar no projeto e nas nossas capacidades”, ressaltou Juliana. A professora disse que alguns estudantes desistiram porque achavam impossível diante da concorrência.
Para fazer o Eco Tijolo V4, eles usam 10% de cimento (percentual mínimo exigido em lei para ser eco tijolo), água, terra, cascalho, fibra de coco e bucha vegetal. Outra vantagem do eco tijolo é não necessitar de ir ao forno para queima, reduzindo custo e a poluição.
Além da massa base do tijolo, os professores e os jovens desenvolveram uma prensa para dar forma ao produto. “Estamos na quarta versão da prensa, daí veio a ideia do nome do tijolo”, recorda Fontenelle. Segundo o professor, o equipamento tem custo médio de R$ 800,00, cerca de 35% mais barato que os modelos encontrados no mercado.
Na semana passada, jovens e professores reuniram-se no laboratório da empresa Contech, em Goiânia. Eles vieram realizar testes de controle tecnológico do protótipo do tijolo. A Contech cedeu espaço e equipamentos para este trabalho.
Respostas para o Amanhã
É uma iniciativa global da Samsung que estimula estudantes do Ensino Médio de escolas públicas a identificar problemas reais e desenvolver soluções baseadas em ciência e tecnologia. No dia 8 de outubro sai a decisão dos 10 finalistas do prêmio.
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