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Projetos produtivos
Assentados do Piauí apostam em financiamentos do Pronaf para investir na produção
A assentada Simone de Sousa Farias, de 39 anos, elaborou projeto para investir no plantio de Rosa do Deserto. Foto Divulgação
De janeiro a maio de 2024, famílias de 17 assentamentos do Incra no Piauí apresentaram 144 projetos produtivos ao Banco do Nordeste (BNB) solicitando financiamentos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Grupo “A”. Caso todos eles sejam aprovados e contratados pela instituição financeira, o valor a ser investido nas áreas de reforma agrária do Incra no Piauí totalizará mais de R$ 6,5 milhões.
Os recursos pleiteados no primeiro semestre deste ano já superam o montante referente aos 148 projetos oriundos de famílias de 27 assentamentos piauienses durante o ano passado. Em 2023, a quantia foi pouco acima de R$ 5,7 milhões.
As propostas foram encaminhadas ao BNB com a anuência do Serviço do Pronaf, da Divisão de Desenvolvimento e Consolidação de Assentamentos do Incra/PI. O banco fará a análise da viabilidade técnica, econômica e a contratação.
Atividades diversificadas
No município de Parnaíba, 47 famílias de três áreas de reforma agrária levaram projetos que, somados, chegam à cifra de quase R$ 2 milhões. No assentamento Cajueiro, as 28 solicitações de crédito destinam-se a investimentos em fruticultura (acerola e caju), aves, bovinos, caprinos, ovinos, além de cultivo de mandioca, milho e feijão.
No Lagoa do Prado, 13 famílias pretendem acessar cerca de R$ 500 mil, a serem alocados em empreendimentos que envolvem bovinos, suínos, aves, caju, mandioca e plantas ornamentais (Rosa do Deserto).
Na área de reforma agrária parnaibana Canaã do Norte, a expectativa de seis famílias é obter quase R$ 250 mil para criar aves, bovinos e suínos.
Em Castelo do Piauí, 29 famílias dos assentamentos Açude Várzea e Bom Jardim requisitaram créditos no valor de R$ 1,2 milhão. As propostas abarcam atividades com inovação tecnológica, agricultura irrigada, além da criação de bovino, de caprino e ovino, de suínos, de galinha caipira, plantação de mandioca e de milho.
No município de Piripiri, famílias dos assentamentos Estreito e Poço apresentaram, ao todo, 24 projetos de financiamento, perfazendo R$ 996 mil. As atividades são ligadas a bovinos, caprinos, ovinos, suínos, aves e, também, às culturas de melancia e mandioca.
Em Palmeirais, 19 famílias do assentamento José Constâncio/Limaza demandam, no total, R$ 788,5 mil. A ideia é expandir a bovinocultura e a avicultura.
Em Buriti dos Lopes, 13 famílias da área de reforma agrária Vale do Iracema almejam R$ 539,5 mil para o plantio de arroz e ampliação do rebanho bovino.
As demais iniciativas partiram de famílias beneficiárias dos município de Barras (assentamentos Baixa Fria e Palmeira II); Curralinhos (Fazenda Jorge); Joaquim Pires (Flamengo, Terra Santa); Miguel Leão (Bacuri); Domingos Mourão (Cachoeirinha) e Teresina (Santana Nossa Esperança).
Ânimo
Um dos que aguarda acesso ao Pronaf A é Antônio Francisco de Sousa França, da área de reforma agrária Lagoa do Prado. Ele quer voltar a investir na ovinocultura. “A experiência recente que eu tive com a criação de ovelhas me animou. Em dezembro, vendi as 42 ovelhas que eu tinha. Foi um bom retorno”, afirma.
Com os R$ 42 mil reais intencionados, França planeja iniciar e multiplicar o plantel, comprando 30 cabeças de ovinos da raça Santa Inês, melhorar o chiqueiro e produzir pasto. “As ovelhas da raça Santa Inês são bem adaptadas à nossa região. Se o crédito do meu projeto for aprovado, vai melhorar muito para nossa família, garantindo nosso sustento até mesmo no período mais seco do ano”, completa. Atualmente, ele tem bovinos, suínos e milho no lote.
Já Simone de Sousa Farias deseja empregar esforços no cultivo de Rosa do Deserto, além de mandioca. Mas a planta ornamental é a maior aposta dela. “Ao contrário da mandioca, a Rosa do Deserto dá o ano todo, não precisa de muita água e tenho uma clientela em Parnaíba e outros municípios vizinhos”, diz.
A assentada começou com a espécie há cinco anos e logo percebeu o potencial do ramo de plantas ornamentais. “Primeiro, comprei uma Rosa do Deserto branca. Depois comprei outra, e a partir daí comecei a produzir sementes. Fui pesquisando e aprendi sozinha a fazer enxertia e a obter maior variedade de cores.”
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