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Assentados do Agreste paraibano aprendem a fazer defensivos naturais
Em oficina, os agricultores conheceram sobre métodos de controlar as pragas sem prejudicar o meio ambiente. Foto: Incra/PB
Um grupo de agricultores do assentamento Margarida Maria Alves I, no município de Juarez Távora, no Agreste paraibano, participou de uma oficina sobre a fabricação e a utilização de defensivos agrícolas naturais, em 8 de novembro (quarta-feira).
Situada a cerca de 90 quilômetros de João Pessoa, a área de reforma agrária com 736 hectares, criada em 1998, se destaca pelo plantio de algodão colorido orgânico. A cultura possui grande número de pragas que podem causar perdas significativas na produção se não forem contidas corretamente. O aprimoramento contínuo das técnicas de combate às pestes do algodoeiro é um dos principais desafios das famílias assentadas.
A oficina de controle alternativo de pragas faz parte do projeto Prática Agrícola Orientada, promovido pela Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado da Paraíba (Fetag/PB) em parceria com os Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR).
“Os resultados desses produtos são fantásticos. Eles conseguem monitorar e diminuir a incidência de pragas e doenças das plantações dentro de um sistema agroecológico e sustentável”, disse o assessor técnico da Fetag/PB responsável por ministrar a oficina, Ivanildo Pereira.
Segundo ele, os defensivos naturais, embora muito eficientes no combate às pragas e doenças das plantações, são preparados a partir de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, favorecendo a produção de alimentos mais saudáveis para o agricultor e para o consumidor final.
A oficina foi realizada para um grupo de interesse, cuja missão será multiplicar os conhecimentos para os demais agricultores do assentamento e de comunidades rurais do entorno.
Materiais simples
Na aula, foram apresentados fertilizantes e defensivos preparados com elementos e substâncias naturais simples e facilmente encontrados na zona rural, como a urina da vaca, a cal virgem, a planta Neem (também conhecida como Nin), o leite, e a manipueira (água da macaxeira), misturados a sulfatos, sal e sabão neutro, entre outros produtos.
Os agricultores aprenderam que, assim como os defensivos agrícolas convencionais, os defensivos naturais também servem ao combate de diversos tipos de pragas prejudiciais às plantações, como insetos, fungos, ácaros e bactérias.
“Os custos para fabricar essas preparações naturais chegam, muitas vezes, a quase zero, e isso é vantajoso, pois a maior parte dos ingredientes pode ser obtida no próprio ecossistema”, afirmou Ivanildo Pereira.
Para o técnico, a disponibilidade dos elementos utilizados no preparo dos defensivos naturais também possibilita aos agricultores abandonar práticas convencionais e agressivas, especialmente o uso de agrotóxicos, e se voltar à agricultura sustentável, respeitando a natureza e a vida dos seres vivos.
*Com informações da Fetag/PB