Assentados comemoram boa produção de caju e mel no Piauí

As famílias do assentamento Barreiros, localizado no município de Geminiano, região sudeste do Piauí, comemoram o resultado da produção de caju e mel nesse início de ano. O assentamento também produz milho, feijão, bovinos, caprinos e ovinos. As famílias já tiveram acesso aos créditos Apoio Inicial, Habitação, Reforma e Semiárido, totalizando cerca de R$ 4 milhões.

As 60 famílias que trabalham com apicultura, coletaram 112 toneladas de mel, produzido por abelhas africanas, em 4.500 colmeias. Além da apicultura, o assentamento também se destaca na produção de caju, que ocupa uma área plantada de 320 hectares.

João Araújo é um dos 120 assentados que trabalha com a cajucultura e comemora a produção do seu lote. O produto é vendido in natura para o estado de Pernambuco. “Já estamos produzindo caju numa área de 10 hectares, em média. A escoação da produção é feita para Recife e feira de Caruaru. Os compradores vêm até o assentamento pegar o produto. A gente colhe no dia que eles chegam, às 4 horas da manhã, e quando amanhece eles carregam e já viajam”, conta Araújo.

De acordo com o assentado, uma parte da produção também é vendida para uma fábrica próxima à comunidade. “Aquele caju que não dá para ser vendido na feira de Caruaru, porque já está bem maduro, vendemos para uma fábrica daqui. E já começamos também a vender a castanha para Recife”, diz o assentado.

Produção

O superintendente regional do Incra no Piauí, Tiago Mendes Vasconcelos ressalta que a produção no assentamento é fruto do trabalho dos agricultores e da aplicação dos créditos. “Em 2021, já foram investidos R$ 553.400,00 em créditos Apoio Inicial e Fomento Mulher, contemplando 109 famílias”, afirma o superintendente.

Para a chefe da Divisão de Desenvolvimento e Consolidação do instituto, Weline Borges de Abreu, o que chamou a atenção foi a produção de caju fora de época. “A produção no estado é de agosto a outubro. Essa safra é de agora, em pleno mês de março, talvez por causa do sistema de irrigação utilizado no assentamento”, relata.

Criado em 1996, o assentamento Barreiros possui 220 beneficiários da reforma agrária distribuídos numa área de sete mil hectares. “A área foi titulada recentemente. As famílias já estão em processo de consolidação para deixarem de ser assentados, tornando-se donos da terra”, informa Weline Abreu.

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