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Arroz orgânico da reforma agrária chega a indígenas no Rio Grande do Sul
Produto será destinado a 8,2 mil famílias de 49 municípios gaúchos. Foto: Incra/RS
O arroz cultivado sem insumos sintéticos por assentados rurais está ajudando a garantir segurança nutricional para integrantes das etnias indígenas Guarani, Charrua e Kaigang, no Rio Grande do Sul. De julho a outubro de 2023, duas cooperativas ligadas à reforma agrária destinarão 205 toneladas do grão orgânico para compor 33 mil cestas de alimentos.
Elas serão distribuídas a 8,2 mil famílias cadastradas em 49 municípios de 20 regiões, por meio de uma iniciativa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra com Doação Simultânea.
Entre os fornecedores, o segundo caminhão com 30 toneladas de arroz proveniente dos assentamentos gaúchos chegou em 12 de julho (quarta-feira) ao polo de montagem das cestas, em Ijuí (RS).
“Para nós, esta ação é carregada de solidariedade com nossos coirmãos do campo e partilha do fruto de nosso trabalho. Os produtos orgânicos trazem consigo a mensagem de preservação da natureza. É fundamental que este alimento de alta qualidade possa chegar aos lares de todos, principalmente de quem mais precisa”, considera o agricultor Huli Zang, da Cooperativa dos Produtores Orgânicos de Reforma Agrária de Viamão (Coperav).
Segundo ele, a entidade desenvolveu várias experiências com o PAA ao longo de 14 anos de existência e fez questão de aderir à chamada direcionada aos indígenas. Neste caso, o compromisso é entregar 115 toneladas de arroz orgânico ao custo de R$ 600 mil em remessas semanais.
Metade dos 40 fornecedores é formada por integrantes femininas do coletivo. As outras 90 toneladas do produto ficarão a cargo da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), na qual 53% das 32 pessoas envolvidas são mulheres. Nesta entrega, a renda é estimada em R$ 470 mil.
Cooperação
Cada kit recebido pelas famílias será composto por oito itens, totalizando 21,2 quilos de alimentos. As 13 cooperativas fornecedoras se uniram para assegurar a variedade requerida. Além de arroz orgânico, a cesta terá açúcar mascavo, feijão, leite em pó, farinha de trigo, farinha de milho, macarrão e linguiça.
O investimento final de R$ 5,5 milhões resulta da parceria entre Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Mesa Brasil Sesc e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).