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Apuração sobre vacinação indevida em assentamentos ocorre na Paraíba
Gestores do Incra conversaram com as mães das crianças que receberam o imunizante impróprio. Foto: Incra/PB
O Incra na Paraíba encaminhou, nesta quarta-feira (19), ofício à Polícia Federal solicitando a apuração do caso de vacinação contra a covid-19 – em doses para adultos e vencidas – em aproximadamente 50 crianças nos assentamentos Oiteiro de Miranda e Estiva do Geraldo, no município de Lucena, na Região Metropolitana de João Pessoa.
A dose para adultos da vacina da Pfizer seria, conforme as autoridades de saúde, três vezes maior do que a dose infantil. A denúncia chegou à Secretaria de Saúde da Paraíba em 14 de janeiro (quarta) por meio de vídeo divulgado em uma rede social pela mãe de uma das crianças indevidamente vacinadas.
No assentamento Oiteiro de Miranda, as crianças receberam a imunização incorreta em 7 de janeiro de 2022. Já na Estiva do Geraldo, a vacinação teria começado em 21 de dezembro de 2021. Adultos das mesmas áreas também teriam recebido o imunizante fora do prazo de validade.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve nos locais em 17 de janeiro (segunda). No dia seguinte, foi a vez das procuradoras dos Ministérios Públicos Federal (MPF), Janaína Andrade, e da Paraíba (MPPB), Fabiana Lobo, visitarem as áreas de reforma agrária. Elas foram acompanhadas pelo superintendente regional, Kleyber Nóbrega, e pelo chefe da Divisão de Desenvolvimento de Assentamentos do Incra/PB, Manoel Mariano Neves, bem como pelo secretário-executivo de gestão da Rede de Unidades de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrami.
Conversa com as mães
Os representantes do Incra visitaram a âncora da Unidade Básica de Saúde (UBS) no assentamento Oiteiro de Miranda e algumas casas dos dois assentamentos, onde conversaram com as mães das crianças vacinadas impropriamente. Os gestores do instituto se colocaram à disposição das famílias para cobrar dos órgãos públicos a apuração dos responsáveis pelo caso.
Segundo as mães, algumas crianças teriam apresentado efeitos colaterais, como febre alta e vômitos, após terem recebido o imunizante na dosagem inadequada.
Segundo a assentada Fernanda Lira, mãe de dois meninos de 7 e 5 anos, as famílias só perceberam que havia acontecido algo errado quando souberam, por meio da imprensa, do início da vacinação infantil. “Como vacinaram agora a primeira criança se nossos filhos já receberam as vacinas?”, pensaram.
Nos dois assentamentos, as famílias estão apreensivas, com receio de que as crianças tenham sequelas futuras por terem recebido imunizantes em dose bem maior do que a recomendada e fora da validade.
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