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Crédito Instalação
Agricultores de assentamento capixaba organizam lotes a partir da liberação de créditos
A família de Weverton utiliza os recursos naturais na perspectiva de uma produção mais consciente. Foto: Incra/ES
Agricultores assentados na região Nordeste do Espírito Santo têm aplicado bem as modalidades do Crédito Instalação na organização de suas atividades sociais e econômicas melhorando a qualidade de vida local.
A família de Weverton Marcelino Pereira Filho, residente no assentamento Lírio dos Vales, em Ecoporanga, usou o crédito para implantar gradualmente no lote um sistema orgânico de produção, com uma pegada mais sustentável. Já a de Reginaldo dos Santos escolheu criar vacas leiteiras e porcos de maneira convencional.
Além da amizade entre esses vizinhos e a coincidência de terem sido assentados em 2014, eles têm em comum a vontade de fazer a diferença por acreditarem na mudança de vida que a reforma agrária pode proporcionar a suas famílias.
Aplicação do crédito e aumento da renda
Das seis vacas em lactação e média de 30 litros de leite por dia (900 litros em média por mês), Santos - foto abaixo - obtém uma renda média mensal de R$ 1 mil ao comercializar sua produção com um laticínio de Minas Gerais que atua na região e disponibilizou a instalação de resfriador no assentamento. Dos seis bezerros atualmente no lote, os dois machos em breve servirão de moeda de troca para compra de novas vacas ou mesmo ao consumo de proteína pela família.
Essa família já teve acesso a várias modalidades do Crédito Instalação na busca por desenvolver suas atividades produtivas. Em 2017, o Apoio Inicial (R$ 5,2 mil) possibilitou a compra de itens de primeira necessidade, bens duráveis e equipamentos. Com os recursos da modalidade Fomento (R$ 6,4 mil), em 2018, Reginaldo adquiriu uma vaca de boa qualidade para agregar valor ao plantel. E o crédito Fomento Mulher (R$ 5 mil) que Vera Lúcia, sua esposa, acessou rendeu a compra de mais uma vaca e duas bezerras em 2020 – o que permitiu ampliar o nível de produção do lote.
Há cerca de um ano na atividade de suinocultura, com aproximadamente 20 animais entre adultos e filhotes, a ideia é fazer com que a venda de leitões se traduza no custeio das criações, no consumo familiar e em retorno financeiro. Além disso, as culturas de mandioca e de milho complementam a dieta alimentar dos animais e a subsistência da casa.
Pensando nos planos da família em 2022, Reginaldo afirma que pretende trabalhar mais com seu gado, fazer silagem para melhorar a produção e reduzir os custos com a alimentação dos animais na parcela.
Investimento na diversificação
O lote de Weverton tem de tudo um pouco. Com horta, pomar e criação de animais (porcos, vacas e galinhas) no sustento da família e comercialização do excedente, a intenção do agricultor é transformar em um futuro próximo todo o sistema produtivo do lote em orgânico.
Em 2018, os recursos do Fomento (R$ 6,4 mil) foram aplicados na irrigação das culturas e no sombrio da horta. Os recursos da modalidade Fomento Mulher, liberado em 2021 em nome da esposa, Luciana dos Santos Silva, rendeu a aquisição de uma vaca prenhe. O Apoio Inicial (R$ 5,2 mil) foi a primeira modalidade acessada pela família em 2017.
Em breve, o casal pretende cultivar 130 mudas de pimenta-do-reino, a partir de estacas vivas, e aguarda ser contemplado com mudas de palmito em projeto de reflorestamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionado a agricultores familiares da região.
A criação de porcos – atualmente com um plantel de cinco adultos e 11 filhotes – rendeu à família uma renda extra de R$ 600 no ano passado. E, enquanto o leite de duas vacas são destinados ao consumo da casa e à produção de queijos, o soro serve de suplemento alimentar aos porcos. Em 2019, o fornecimento de frutas e hortaliças ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) propiciou uma renda familiar de aproximadamente R$ 3 mil – atividade que eles esperam retomar em 2022 para ampliar os ganhos com a produção do lote no período pós-pandemia.
O casal é enfático sobre o que espera do futuro e o que pensa de seu lar. “Gostamos demais da conta e não troco por nada meu lote. Investindo pouco a pouco a tendência é melhorar cada vez mais, pois o plano é organizar a produção no geral. Buscamos a estabilidade da família e esperamos envelhecer por aqui”, ressalta Weverton.
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