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Abelhas se tornam principal fonte de renda em assentamento paraibano
Famílias investem há 12 anos na criação de abelhas de várias espécies para a produção comercial de mel, Foto: Divulgação
Um grupo de 25 famílias do assentamento Nova Conquista, localizado nos municípios de Pilar e São José dos Ramos, na Zona da Mata Paraibana, investe há 12 anos na criação de abelhas de várias espécies para a produção comercial de mel, pólen e própolis. As 500 colmeias instaladas na área de reserva ambiental e em alguns lotes familiares produzem anualmente cerca de 15 toneladas de mel. O que começou como uma renda extra para os agricultores, transformou-se hoje em uma das principais atividades do assentamento.
Entre jovens e adultos, cerca de 100 pessoas estão envolvidas com a meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e a apicultura (criação de abelhas com ferrão) no assentamento Nova Conquista. Eles estão organizados na Associação dos Apicultores de Nova Conquista (ASAPNC) e comercializam o mel com a marca “Apiário e Meliponário Nova Conquista” em feiras livres, em eventos regionais, para algumas cooperativas, para atravessadores e também direto ao consumidor. O litro do mel é vendido por até R$ 35.
Os recursos para o manejo das colmeias e para a aquisição do maquinário utilizado na extração do mel vieram do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Projeto Cooperar, do Governo da Paraíba, que executa políticas e projetos de desenvolvimento rural sustentável focados na redução dos níveis de pobreza rural.
“A experiência é excelente. Criar abelhas é uma atividade lucrativa e que protege o meio ambiente e aumenta a produção de alimentos através da polinização”, afirma um dos assentados que participam da ASAPNC, Robson Moreira de Oliveira, que fez curso técnico em agroecologia pelo Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) em parceria coma Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A diversidade de alimentos produzidos pelo assentamento inclui milho, feijão, mandioca, macaxeira, batata-doce, inhame, hortaliças, amendoim, castanha de caju, acerola, graviola e maracujá. As famílias ainda criam gado de corte, cabras, ovelhas, galinhas caipiras, tilápia e camarão. A produção é vendida em feiras livres, a atravessadores e na Central de Abastecimento da Paraíba (Ceasa), em João Pessoa.
“Criar abelhas é até uma forma de preservar a natureza e de evitar o desmatamento”, completou Oliveira.
De "meleiros" a apicultores
Antes de se profissionalizarem através de cursos no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e em outras associações de apicultores do estado, os agricultores do assentamento Nova Conquista já eram “meleiros” – como são chamados aqueles que coletam mel diretamente da natureza, de forma artesanal e desorganizada.
Oliveira conta que, devido à abundância de colmeias naturais na região, os agricultores enxergaram na atividade uma boa fonte de renda extra e decidiram investir na organização e na padronização da produção com a participação em cursos e palestras sobre meliponicultora e apicultura.
Atualmente, as famílias criam abelhas de espécies indígenas sem ferrão (jandaíra e uruçu) e com ferrão (apis melíferas), conhecida como abelha italiana ou africanizada, que foram resgatadas na natureza.
O mel é processado no próprio assentamento, em uma unidade de extração de mel dotada de equipamentos que garantem o manejo seguro e higiênico do produto.
As instalações devem ser ampliadas e ganhar mais máquinas quando houver a liberação de recursos no valor de R$ 300 mil de um projeto aprovado junto ao Cooperar e de alguns investimentos através do Pronaf.
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