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Dia Mundial da Atividade Física
INCA destaca que movimentar o corpo é importante aliado na prevenção do câncer
Ser fisicamente ativo como parte da rotina diária é uma atitude valiosa para prevenir o câncer. Diferentes tipos da doença podem ser prevenidos co prática da atividade física, dentre eles os mais comuns no Brasil, como os de mama e intestino grosso (cólon). E isso não necessariamente está relacionado a frequentar academias, fazer parte de um time de futebol ou correr maratonas. A recomendação de alcançar 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada é importante, mas, segundo o INCA, qualquer tempo dedicado a movimentar o corpo, em qualquer intensidade, trará benefícios para a saúde. O instituto, assim, reforça à população o convite ao movimento em razão do Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril). A Organização Mundial da Saúde criou a data para combater o sedentarismo e incentivar a prática de atividades físicas em locais públicos.
O mais relevante é que as pessoas encontrem tipos de atividade física que gostem e/ou se encaixem na sua realidade. “É importante que se considere preferências, disponibilidade de tempo e local apropriado para a prática. As possibilidades são muitas, desde aquelas feitas no dia a dia, como caminhar, andar de bicicleta, dançar, passear com o animal de estimação e praticar esportes recreativamente, até aquelas mais sistematizadas, como ginástica e musculação em academias”, observa Fabio Carvalho, da Área de Alimentação, Nutrição e Atividade Física da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Câncer do Instituto.
Dois estudos recentes, publicados em dezembro de 2023 e janeiro deste ano, reforçam que a atividade física protege contra o câncer. O estudo sueco, liderado por Kate Bolam e publicado no British Journal of Sports Medicine, constatou que homens com maior capacidade cardiorrespiratória apresentam 35% menos risco de terem câncer de próstata quando comparados com homens cuja aptidão cardiorrespiratória é reduzida. Os pesquisadores avaliaram cerca de 58 mil homens empregados, com idade média de 41,4 anos.
Já em relação ao câncer de mama, o estudo conduzido por Iain Timmins, do Instituto de Pesquisa em Câncer do Reino Unido, e publicado no Journal of Clinical Oncology, concentrou-se em mulheres na pré-menopausa. Ao analisar dados dos relatos de pouco mais de 547 mil mulheres foi identificado que níveis mais altos de atividade física no lazer estavam associados à redução de 10% no risco de câncer de mama.
Uma das ações do INCA na área da prevenção e do controle do câncer voltada para os profissionais de saúde é a publicação de uma série de documentos, em parceria com outras instituições do campo da oncologia e da educação física, como o guia Atividade Física e Câncer: recomendações para prevenção e controle, o primeiro material de recomendações em língua portuguesa, que busca ampliar o conhecimento sobre a prática de atividade física e o câncer, bem como aproximar a população brasileira e os profissionais de saúde das melhores e mais atuais evidências científicas sobre o tema.
O INCA, também em parceria, publicou o guia Recomendações de atividade física durante e após tratamento oncológico. Segundo Fabio Carvalho, o documento reforça que quem tem ou teve a doença se beneficia do hábito de movimentar o corpo, assim como assegura que, de maneira geral, a prática de atividades físicas durante o tratamento oncológico é segura e bem tolerada, promove melhora do estado psicossocial e da qualidade de vida, evita o comprometimento funcional e previne distúrbios do sono. Além disso, o hábito potencialmente está associado à redução da dor, evolução da função cognitiva e sexual, diminuição da cardiotoxicidade e comprometimento cardiovascular.
Por todas essas razões, o INCA apoia a gestão estadual e municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) no desenvolvimento de programas e ações de promoção da atividade física para a prevenção e controle de câncer em todo o Brasil.