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Direção-Geral
INCA é central nas novas estratégias de controle do câncer do MS
Nisia Trindade, terceira à diireita, deu posse a Roberto Gil, à direita dela na foto.
Fortalecer o INCA como fonte técnica e científica das estratégias de controle do câncer do Governo Federal e empenhar esforço para a redução dos custos do tratamento da doença, principalmente por meio da prevenção. Essas e outras diretrizes foram divulgadas pelo novo diretor-geral do INCA, Roberto de Almeida Gil, durante sua solenidade de posse, na sexta-feira, 3, na sede do Instituto, no Rio de Janeiro, e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O evento, que foi transmitido pela TV INCA, também contou com a presença do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior; da deputada federal Benedita da Silva; do secretário de municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Rodrigo de Sousa Prado; e da subsecretária de Vigilância da Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Claudia Maria Braga de Mello.
Roberto Gil possui graduação em Medicina pela Escola Medica do Rio de Janeiro da Universidade Gama Filho (1977) e especialização em Oncologia Clínica pelo INCA (1981). Depois, chefiou o Serviço de Oncologia Clínica e coordenou o Programa de Residência Medica de Oncologia Clínica, ambos do Instituto, e presidiu a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica entre 2003 a 2005. Ele também é Membro da American Society of Clinical Oncology (Asco) e Membro Titular da European Society of Clinical Oncology (Esmo).
Veja a seguir os principais trechos dos pronunciamentos de Roberto Gil e Nísia Trindade
Roberto de Almeida Gil
Tabagismo
Queremos reforçar nosso papel de instituto nacional, trabalhando sinérgica e intensamente com o Ministério da Saúde, que adotou, neste governo, o câncer como uma de suas prioridades (....) Queremos continuar formulando estratégias de prevenção e detecção precoce, manter e aprofundar nosso papel mundialmente reconhecido do controle do tabagismo, que tem os velhos atores com novas metodologias para manter a escravidão do uso de nicotina.
Linhas de cuidado
[Queremos] reafirmar a necessidade do desenvolvimento de linha cuidado em todas as etapas da doença, tentando reverter o aumento constante de custos no tratamento da doença avançada e investimento também nas fases iniciais da doença. Produção de dados e avaliação de tecnologias são essenciais para planejamentos estratégicos.
Modelo de gestão
Nossa população está sofrida, enfrenta dificuldades de acesso agravadas pela recente pandemia, há deficiência de recursos humanos e organização. O INCA deve cumprir seu papel de organizador, trabalhar com outros institutos, com outros hospitais estaduais e municipais, ampliando redes de assistência dentro e fora do Rio de Janeiro. (...) Atrair profissionais qualificados, fortalecendo seu compromisso com a saúde da população, com a saúde pública, é fundamental.
Buscar modelos de gestão que nos permitam maior dinamismo administrativo. A rede privada cresceu, a saúde suplementar cresceu no País e seu desenvolvimento traz responsabilidade social: procurar sinergias e cooperação entre sistemas público e privado pode nos fortalecer na busca de soluções em tempos de dificuldades.
Educação
Continuaremos reforçando nosso papel com a formação de técnicos, residentes, mestrandos, força de trabalho capaz de enfrentar a realidade do crescimento do câncer no mundo. Intensificaremos o intercâmbio internacional, aprofundando cooperações, particularmente com países africanos lusofônicos e latino-americanos. (...) Quero manter a Residência do INCA como uma das mais concorridas do País, formando profissionais de visão ampla.
Parcerias
Vivemos novos tempos. Pesquisa básica, experimental, translacional, de aplicação diagnóstica e clínica: essa é a oncologia atual e futura. Ingressar na assistência com essa nova realidade e compromisso, estabelecer e fortalecer vínculos com universidades, intensificar a parceria com a Fiocruz e outras instituições de pesquisa são caminhos naturais nesse processo.
Nísia Verônica Trindade Lima
Integração nacional do INCA
O Instituto Nacional de Câncer é um instituto de referência para o nosso País, portanto, para os protocolos, para os consensos que precisam ser estabelecidos, terá ainda um papel de maior destaque. Ao mesmo tempo em que é um instituto sediado no Rio de Janeiro com um papel na assistência diretamente prestada, reforçaremos esse papel de referência numa agenda de trabalho conjunta para todo o sistema de saúde e também para a nossa cooperação internacional (...) O INCA apoiará de maneira forte e participará de todas as ações prioritárias do Ministério da Saúde na área do câncer, no programa de redução de filas, não só com aquilo que se pode fazer na assistência, mas nos apoiando na estratégia nacional para um problema [redução e filas], que na área da oncologia, tem uma gravidade absoluta e que está no centro das preocupações do presidente Lula.
Pesquisa
Quero ressaltar o papel no INCA na Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS] nos ajudando a fazer, com vistas à política pública ao adequado processo de incorporação tecnológica. Reforço essa agenda, estratégica para o País, e que contaremos com o INCA pra isso.
Prevenção e Vigilância do Câncer
Queremos que esse tema seja reforçado. O Brasil avançou de maneira incomparável na questão do controle do tabagismo, tendo uma participação na Convenção-Quadro [para o Controle] do Tabaco [da Organização Mundial da Saúde] (...). Não podemos perder essa conquista. Então, neste momento, olhamos no Ministério da Saúde com uma grande preocupação para essa discussão em torno da regulamentação do cigarro eletrônico. São pautas que nós não hesitaremos em trabalhar, em tratar, com o INCA para a devida fundamentação técnica, científica em todo esse processo. Não podemos permitir o retrocesso em algo que o Brasil avançou tanto, protegendo a saúde de nossa sociedade. (...) Não só isso: na questão da alimentação saudável, dos agrotóxicos...
Volta da Conicq
Para esse papel nacional de relevo, a reinstituição do papel da Conicq [Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco] e do Consinca [O Conselho consultivo do INCA] serão fundamentais.
Reconstrução
Para acentuar esforço de união e reconstrução democrática, valores repetidos muitas vezes por Roberto Gil e Nísia Trindade, ex-diretores do INCA estiveram presentes na solenidade, o que foi festejado pela ministra e pelo novo diretor. São eles: José Kogut, Jacob Kligerman, José Gomes Temporão, Luiz Antônio Santini, Luis Fernando Bouzas e Ana Cristina Pinho.
A cerimônia foi conduzida pela jornalista Daniella Daher, do Serviço de Comunicação Social do INCA.