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Capacitação
INCA forma primeira turma de aperfeiçoamento de médicos angolanos
Levamos um legado extremamente importante para o nosso país: o conhecimento técnico na área de câncer, em suas diversas especialidades, gerarão um impacto muito positivo para nosso instituto e nossos pacientes angolanos”, disse o médico Mateus Mboco Kindomba, orador da primeira turma de conclusão do Programa de Aperfeiçoamento nos Moldes Fellow (2018-2021) para médicos de Angola, na sexta-feira, 9, em cerimônia virtual.
O evento marcou a formação da turma composta por sete médicos, servidores do Instituto Angolano de Controle do Câncer (IACC), ligado ao Ministério da Saúde de Angola.
As ações fazem parte do Acordo de Cooperação Econômica, Científica e Técnica, firmado entre Brasil e Angola, e tem participação ainda da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores e da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde (MS).
O projeto de cooperação tem como objetivos consolidar a Política e o Plano Nacional de Prevenção e Controle do Câncer em Angola e melhorar a atenção prestada aos pacientes do Instituto Angolano de Controlo do Câncer (IACC) no que diz respeito à detecção precoce, à confirmação diagnóstica e ao tratamento do câncer.
Para a primeira turma de residência médica, foram disponibilizadas vagas nas áreas de Patologia, Anestesiologia, Medicina Intensiva, Oncologia Pediátrica, Radiologia e diagnóstico por imagem e Radioterapia. A especialização começou em agosto de 2017 e durou cerca de três anos e meio. Nesse período, os profissionais participaram de curso básico de Pesquisa e em Cuidados Paliativos, além de especialização nas áreas afins. A carga horária foi de 40 horas semanais, totalizando 1.920 por ano. O acordo com Angola irá até novembro de 2024, e há a previsão da vinda de aproximadamente 50 profissionais do país para programas de curta, média e longa durações. O objetivo é que o corpo técnico do IACC formado no Brasil esteja apto a implementar a primeira residência médica em Oncologia naquela instituição.
Além de Mateus Kindomba, que estudou Radioterapia, formaram-se André Salomão Tomás Pedro (Patologia), Fataki Lombuli (Medicina Intensiva), Maria Calambe Cumba (Radiologia e Diagnóstico por Imagem) Mbambi Cristina Nimi (Anestesiologia), Milungilu Isabel Lumeka e Zina Nguinamau Daniel Ndongala (Oncologia Pediátrica).
Relações históricas
“Acredito que é por meio da cooperação entre profissionais e instituições de todo o mundo que surgirão os reais progressos no controle do câncer”, disse a diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho ao elogiar a parceria entre Brasil e Angola.
O diretor do IACC, Fernando Miguel, disse esperar que “portas de outras unidades de saúde, além do INCA, se abram. Em vez de formarmos sete, gostaríamos de formar, 70, 80”, referindo-se, de um lado, à carência de profissionais de oncologia em Angola; e de outro, às boas relações históricas entre os dois países.
Também participaram do evento o diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira; o chefe da Divisão de Cooperação Internacional na Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde do Brasil, Rawlinson Dias Rodrigues; o embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola no Brasil, Florêncio de Almeida; e o embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Mello Vidal.
O evento foi conduzido por Lívia Pasqualin, da área de Cooperação Internacional do INCA.