Dados e números do tabagismo
Diversos sistemas de monitoramento e pesquisas desenvolvidas no Brasil e no mundo permitem acompanhar dados que embasam muitas das medidas de controle do tabaco. Inquéritos populacionais trazem informações relativas ao percentual de experimentação, consumo e exposição aos produtos de tabaco. Estudos de carga de tabagismo permitem conhecer o percentual de doenças e mortes relacionadas ao tabagismo. Dados sobre produção e exportação de fumo estão disponíveis por associação de fumicultores e bancos de dados públicos e conduzem análises acerca da oferta dos produtos em nível nacional e global. É possível também fazer um acompanhamento do consumo per capita de cigarros, dos custos atribuíveis ao tabagismo e magnitude do comércio ilícito de produtos de tabaco.
Essas informações são de suma importância para acompanhar os efeitos das políticas públicas implementadas no Brasil e no mundo, bem como subsidiar avanços necessários no controle do tabaco.
As informações disponíveis apontam para o sucesso das políticas públicas empreendidas pelo governo. O percentual de fumantes no Brasil vem caindo e tem relação com as principais medidas implementadas em nível nacional e local, como proibição de fumar em ambientes fechados, adoção de advertências sanitárias em embalagens de cigarros, aumento de preços e impostos, proibição de propaganda, promoção e patrocínio, oferta de tratamento para deixar de fumar em unidades do Sistema Único de Saúde e campanhas educativas. Mesmo entre jovens, o percentual de experimentação vem se reduzindo. A exposição passiva à fumaça tóxica dos produtos de tabaco também tem sido reduzida ao longo dos mais de 10 anos de acompanhamento nas capitais brasileiras. Alguns dados apontam para o consumo de outros produtos derivados do tabaco que merecem atenção, como é o caso do narguilé (ou cachimbo d’água). De acordo com os dados, o consumo per capita de cigarros também se mostra em queda.
Apesar disso, mais de um milhão de doenças e centenas de milhares de mortes ocorrem todos os anos por eventos associados ao tabagismo, como doenças cardiovasculares, pulmonares, diabetes e câncer. Isso resulta em alto custo para os cofres públicos com assistência médica e perda de produtividade por morte precoce e incapacidade devido ao tabagismo.
Mesmo que 85% da produção de tabaco do Brasil seja destinada à exportação, e por isso sofra pouca influência da redução no percentual nacional de fumantes, o país vem registrando queda no volume produzido, bem como na área plantada e no número de famílias produtoras de tabaco. O número de cigarros produzidos no Brasil também tem registrado queda vertiginosa na última década. A exportação de fumo foi reduzida entre 2012 e 2014, mas vem se mantendo com poucas oscilações desde então. Os principais destinos da produção de tabaco são Europa, Estados Unidos e China.