Exames citopatológicos do colo do útero realizados no SUS
O exame citopatológico é o método de rastreamento do câncer do colo do útero, indicado para a população alvo de 25 a 64 anos, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais (INCA, 2016; 2021). Essas recomendações visam garantir o balanço favorável entre riscos e benefícios do rastreamento.
No Brasil, no período de 2018 a 2022, observa-se uma queda na realização de exames no ano de 2020 em consequência da pandemia de Covid-19. Em 2021 há um aumento no número de exames em relação à 2020, mas ainda inferior aos patamares alcançados nos anos anteriores à pandemia. Em 2022, já se observa um crescente aumento no número de exames em todas as regiões do país. Nas regiões Norte e Nordeste os valores superam o quantitativo anterior à pandemia (figura 1 e tabela 1).
Figura 1. Número de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 64 anos realizados no SUS, Grandes Regiões (Brasil), 2018 a 2022
Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
Nota: Quantidade aprovada - Procedimento: Exame Citopatológico Cérvico-Vaginal/Microflora (0203010019), Exame Citopatológico Cérvico Vaginal/Microflora-Rastreamento (0203010086).
Acesso em: 06 setembro 2023.
Na tabela 1 são apresentados os dados por UF.
Tabela 1. Número de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 64 anos realizados no SUS, Brasil, Regiões e Unidades da Federação, 201 8 a 2022
Região/Unidade da Federação | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 | |
---|---|---|---|---|---|---|
Região Norte | 531.961 | 539.098 | 311.339 | 455,776 | 640.991 | |
Acre | 36.801 | 39.523 | 21.398 | 42.247 | 37.590 | |
Amapá | 8.218 | 12.946 | 12.646 | 18.909 | 21.303 | |
Amazonas | 165.277 | 127.079 | 75.701 | 116.932 | 200.792 | |
Pará | 198.534 | 235.624 | 123.032 | 180.024 | 244.792 | |
Rondônia | 60.070 | 69.671 | 31.553 | 45.172 | 61.183 | |
Roraima | 12.312 | 20.523 | 12.687 | 19.509 | 26.391 | |
Tocantins | 50.749 | 30.702 | 34.604 | 32.983 | 48.940 | |
Região Nordeste | 2.198.975 | 2.126.048 | 1.142.400 | 1.791.120 | 2.254.889 | |
Alagoas | 159.168 | 171.417 | 93.505 | 157.225 | 191.014 | |
Bahia | 570.006 | 561.441 | 292.340 | 478.942 | 595.648 | |
Ceará | 308.371 | 291.536 | 177.858 | 224.576 | 330.895 | |
Maranhão | 181.931 | 178.190 | 109.529 | 148.903 | 216.649 | |
Paraíba | 174.724 | 176.694 | 80.271 | 137.652 | 169.107 | |
Pernambuco | 420.927 | 371.579 | 212.841 | 334.173 | 410.378 | |
Piauí | 161.527 | 164.515 | 69.301 | 120.678 | 138.454 | |
Rio Grande do Norte | 132.738 | 127.721 | 63.598 | 95.645 | 107.160 | |
Sergipe | 89.583 | 82.955 | 43.157 | 93.326 | 95.584 | |
Região Sudeste | 3.880.469 | 3.630.786 | 2.194.058 | 2.988.180 | 3.558.966 | |
Espírito Santo | 203.987 | 227.924 | 118.995 | 152.322 | 211.520 | |
Minas Gerais | 1.022.771 | 989.857 | 566.126 | 796.036 | 963.817 | |
Rio de Janeiro | 360.756 | 368.099 | 197.435 | 311.168 | 340.895 | |
São Paulo | 2.287.955 | 2.044.906 | 1.311.502 | 1.728.654 | 2.042.734 | |
Região Sul | 1.570.285 | 1.570.326 | 897.213 | 1.289.633 | 1.513.311 | |
Paraná | 654.983 | 650.489 | 325.351 | 479.495 | 606.509 | |
Rio Grande do Sul | 537.692 | 561.551 | 350.150 | 492.614 | 547.738 | |
Santa Catarina | 377.610 | 358.286 | 194.712 | 317.524 | 359.064 | |
Região Centro-Oeste | 508.311 | 569.957 | 279.405 | 441.013 | 537.125 | |
Distrito Federal | 31.610 | 78.917 | 32.767 | 53.861 | 63.140 | |
Goiás | 190.731 | 203.070 | 99.191 | 154.601 | 190.477 | |
Mato Grosso | 135.239 | 131.327 | 72.225 | 112.204 | 143.756 | |
Mato Grosso do Sul | 150.731 | 156.643 | 75.222 | 120.347 | 139.752 | |
Brasil | 8.690.001 | 8.433.215 | 4.854.414 | 6.965.722 | 8.505.282 |
Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
Nota: Quantidade aprovada, por local de residência. Procedimento: Exame Citopatológico Cérvico-Vaginal/Microflora (0203010019), Exame Citopatológico Cérvico Vaginal/Microflora-Rastreamento (0203010086).
Acesso em: 06 setembro 2023.
Na figura 2 observa-se que o percentual de exames preventivos para mulheres da faixa etária alvo do rastreamento (25 a 64 anos) vem aumentando desde 2018 no SUS, em todas as regiões.
Figura 2. Percentual de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 64 anos em relação a todos exames realizados, por regiões (Brasil), 2018 a 2022
Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
Nota: Quantidade aprovada - Procedimento: Exame Citopatológico Cérvico-Vaginal/Microflora (0203010019), Exame Citopatológico Cérvico Vaginal/Microflora-Rastreamento (0203010086).
Acesso em: 06 setembro 2023.
Em 2018, 80% dos exames preventivos realizados no país foram na população-alvo (25 a 64 anos) e, em 2022, esse percentual chegou a 84% (Tabela 2).
Entre as regiões também se observou aumento neste indicador, com destaque para a Região Norte (Figura 6). As evidências científicas apontam que o rastreamento nessa faixa etária é capaz de reduzir a incidência e a mortalidade por câncer do colo do útero. Sendo assim, as ações de controle devem buscar a ampliação da cobertura na faixa etária alvo (INCA, 2016).
No período de 2018 a 2022, observa-se um aumento progressivo da oferta proporcional de exames citopatológicos do colo do útero na faixa etária alvo em todas as Unidades da Federação. Entretanto, no ano de 2022 cerca de 16% dos exames no Brasil ainda são realizados em desacordo com as diretrizes nacionais (Tabela 2).
Tabela 2. Percentual de exames citopatológicos cérvico-vaginais em mulheres de 25 a 64 anos em relação a todos exames realizados. Brasil, regiões e Unidades da Federação, 2018 a 2022
Região/Unidade da Federação | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 | 2022 |
---|---|---|---|---|---|
Região Norte | 79,80 | 80,47 | 82,38 | 83,95 | 84,19 |
Acre | 79,80 | 80,85 | 86,04 | 87,81 | 83,55 |
Amapá | 76,02 | 84,50 | 91,51 | 93,43 | 86,34 |
Amazonas | 80,02 | 80,79 | 82,78 | 84,21 | 85,40 |
Pará | 78,75 | 79,43 | 80,35 | 81,57 | 82,50 |
Rondônia | 82,61 | 82,85 | 83,97 | 85,25 | 84,49 |
Roraima | 75,93 | 76,37 | 78,50 | 82,73 | 84,88 |
Tocantins | 81,42 | 82,33 | 83,15 | 84,55 | 86,45 |
Região Nordeste | 78,82 | 79,24 | 80,72 | 81,74 | 82,68 |
Alagoas | 78,51 | 79,45 | 80,64 | 81,69 | 83,56 |
Bahia | 78,81 | 79,35 | 80,90 | 81,69 | 82,48 |
Ceará | 79,35 | 78,97 | 80,83 | 82,35 | 83,50 |
Maranhão | 77,67 | 78,24 | 79,94 | 81,31 | 82,14 |
Paraíba | 78,79 | 79,59 | 81,06 | 82,12 | 83,23 |
Pernambuco | 78,80 | 79,25 | 80,56 | 80,94 | 81,43 |
Piauí | 80,95 | 80,67 | 81,97 | 84,35 | 85,26 |
Rio Grande do Norte | 79,02 | 79,46 | 80,62 | 81,80 | 82,40 |
Sergipe | 76,03 | 77,16 | 79,35 | 80,53 | 81,54 |
Região Centro-Oeste | 80,91 | 81,64 | 82,49 | 83,68 | 84,10 |
Distrito Federal | 81,46 | 82,52 | 83,31 | 84,19 | 85,48 |
Goiás | 79,72 | 80,02 | 80,84 | 82,10 | 83,08 |
Mato Grosso | 78,97 | 79,68 | 80,71 | 81,84 | 82,07 |
Mato Grosso do Sul | 84,05 | 84,95 | 86,01 | 87,18 | 86,97 |
Região Sudeste | 81,00 | 81,62 | 82,52 | 83,51 | 84,33 |
Espírito Santo | 81,15 | 81,27 | 82,43 | 83,24 | 83,23 |
Minas Gerais | 83,09 | 83,65 | 84,72 | 85,86 | 86,59 |
Rio de Janeiro | 78,12 | 78,45 | 79,52 | 80,31 | 80,47 |
São Paulo | 80,50 | 81,25 | 82,04 | 83,03 | 84,03 |
Região Sul | 79,26 | 80,29 | 80,89 | 82,42 | 83,18 |
Paraná | 78,92 | 80,04 | 80,09 | 81,89 | 82,52 |
Rio Grande do Sul | 79,53 | 80,30 | 81,19 | 83,28 | ,83,41 |
Santa Catarina | 79,45 | 80,71 | 81,81 | 82,38 | 83,94 |
Brasil | 80,05 | 80,70 | 81,78 | 82,90 | 83,66 |
Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS).
Nota: Quantidade aprovada - Procedimento: Exame Citopatológico Cérvico-Vaginal/Microflora (0203010019), Exame Citopatológico Cérvico Vaginal/Microflora-Rastreamento (0203010086).
Acesso em: 06 setembro 2023
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/diretrizesparaorastreamentodocancerdocolodoutero_2016_corrigido.pdf
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA). Detecção precoce do câncer. – Rio de Janeiro : INCA, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/deteccao-precoce-do-cancer.pdf