Tricloroetileno - TCE
O tricloroetileno (TCE) é um solvente clorado não inflamável, volátil, incolor e de odor levemente adocicado, amplamente utilizado como solvente de extração de gorduras, óleos e ceras.
Uma das características do TCE é possuir grande volatilidade, ocasionando, por evaporação, liberação da maior parte do TCE que é usado como desengraxante (WHO, 2010).
É bastante utilizado também pela indústria de transformação de tecidos para limpar algodão, lã, e outros tecidos; em operações de limpeza a seco; como componente de adesivos, lubrificantes, tintas, vernizes, descascadores de tinta, limpadores de metais frios, na extração seletiva de certos alimentos (remoção da cafeína do café, por exemplo) e drogas. Resíduos também podem ser encontrados em agrotóxicos, resinas, colas, ceras, tintas e vernizes (ATSDR, 2014; WHO, 2010).
Formas de exposição
No trabalho:
- São mais propensos a exposição por TCE os profissionais da indústria de transformação de tecidos para limpar algodão, lã e outros tecidos; em operações de limpeza a seco; fabricantes de adesivos, lubrificantes, tintas, vernizes, descascadores de tinta, pesticidas e limpadores de metais frios;
- Os dois principais usos são como solvente para remover a gordura de peças metálicas e como matéria-prima para produzir outros produtos químicos, especialmente o gás refrigerante (ATSDR, 2014; WHO, 2010).
No ambiente:
A ocorrência natural do TCE foi relatada em algumas espécies de algas. Já a exposição ambiental é bem mais ampla devido às emissões industriais.
Principais efeitos á saúde
Os efeitos para a saúde dependem da quantidade de TCE a que se está exposto e a duração dessa exposição (US, c2017; WHO, 2010). São vias de exposição a inalação, o contato dérmico ou com a mucosa ocular e a ingestão.
Efeitos agudos:
Cefaleia, tontura e sonolência. Em grandes quantidades, pode levar ao coma e até mesmo a morte. A inalação de altos níveis de TCE pode ocasionar danos aos nervos da face, além de afetar a audição, visão, equilíbrio, alterações no ritmo cardíaco, hepatotoxicidade e dano renal. A exposição dérmica pode levar ao aparecimento de feridas.
Efeitos crônicos:
A exposição prolongada pode causar esclerodermia (doença sistêmica autoimune) e problemas reprodutivos. A exposição crônica ao TCE também está relacionada ao aumento do risco de câncer de rim, fígado, linfoma não-Hodgkin, câncer cervical e múltiplos mielomas (SCOTT e JINOT, 2011).
O tricloroetileno é classificado como Grupo 1, ou seja, é um agente comprovadamente cancerígeno a seres humanos
Medidas de controle
Não respirar os vapores. Utilizar somente em zonas bem ventiladas. Evitar o contato com a pele e os olhos. Evitar o contato com chamas desprotegidas e superfícies quentes, dado que pode se formar produtos tóxicos e corrosivos (ácido clorídrico) da decomposição. Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI) para evitar o contato direto com o produto.
Referências Bibliográficas
AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY. Draft toxicological profile for trichloroethylene. [Atlanta, GA]: Department of Health and Human Services; Public Health Service, 2014.
SCOTT, C. S.; JINOT, J. Trichloroethylene and cancer: systematic and quantitative review of epidemiologic evidence for identifying hazards. Internationl Journal of Environmental Research and Public Health, Basel, v. 8, n. 11, p. 4238-4272, Nov. 2011.
UNITED STATES. Environmental Protection Agency. Risk management for Trichloroethylene (TCE). Washington, DC: Environmental Protection Agency, c2017.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Fact sheets. Radon and health. Geneva: WHO, 2016.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for indoor air quality: selected pollutants. Geneva: World Health Organization, 2010.