Poeira de madeira
O pó de madeira é uma mistura complexa gerada quando a madeira é processada – cortada, serrada, torneada, perfurada ou lixada – para diversas finalidades, tais como fabrico de móveis e utensílios domésticos, extração de celulose, fabrico de postes, suportes, painéis de partículas e painéis de fibra (MDF), e mais recentemente, uso conjunto com plásticos. Sua composição química depende da espécie de árvore, mas consiste principalmente de celulose, polioses, lignina, entre outras (IARC, 2012; National Toxicology Program, 2014; INCA, 2021).
Formas de exposição
No trabalho:
A exposição ocupacional ao pó de madeira ocorre durante o uso de máquinas ou ferramentas para cortar ou moldar a madeira. Uma vez inalado, o pó é depositado no nariz, garganta e outras partes das vias respiratórias. A quantidade de pó depositado dentro das vias aéreas depende do tamanho, forma e densidade das partículas e da força do fluxo de ar.
No ambiente:
A presença de poeira de madeira no ambiente vem de processos industriais que geram, manipulam e/ou utilizam pó de madeira, tais como: indústria moveleira, marcenaria, silvicultura, construção de barcos e navios, serralherias, produção de pranchas de madeira, contêineres de madeira, polpa e papel, construção civil, dentre outros.
Principais efeitos à saúde
A capacidade de se depositar no trato respiratório tem sido associada a uma variedade de efeitos respiratórios alérgicos e não alérgicos como tosse seca, mal estar, bronquite crônica, dispneia, dor torácica, rinite, asma ocupacional, alveolites, déficit da função pulmonar, dermatites, conjuntivite, cefaleia. Também há associação entre exposição a poeira de madeira e câncer de cavidade nasal, seios paranasais, laringe, pulmão, estômago, cólon e reto, leucemia, linfomas e mieloma múltiplo.
Medidas de controle
Recomenda-se, para exposição ocupacional a poeira de couro e de madeira:
- Ventilação dos locais onde há presença de poeira através de exaustores, para remoção dos contaminantes do ambiente de trabalho;
- Umidificação de locais cuja quantidade de poeira seja intensa;
- Limpeza local das áreas que contém poeira;
- Utilização e conservação de equipamentos de proteção individual (EPI); e
- Treinamento dos trabalhadores.
Todas estas medidas apenas reduzem a exposição dos trabalhadores a esses agentes, mas não a elimina, o que não é garantia de integralidade da proteção à saúde dos trabalhadores e prevenção de doenças associadas.
Referências Bibliográficas
NATIONAL TOXICOLOGY PROGRAM. Wood dust. In: NATIONAL TOXICOLOGY PROGRAM. Report on carcinogens. 13. ed. [Washington, DC]: National Toxicology Program, 2014.
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Arsenic, metals, fibres, and dusts: review of human carcinogens. Lyon, France: IARC, 2012. (IARC Monographs on the Evaluation of the Carcinogenic Risk of Chemicals to Humans, v. 100 C).
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Ambiente, trabalho e câncer : aspectos epidemiológicos, toxicológicos e regulatórios / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro : INCA, 2021.