Agentes infecciosos
São considerados agentes infecciosos microrganismos responsáveis por causar doenças infecciosas com potencial de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não. Existem evidências suficientes de que algumas infecções crônicas estão associadas ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer, sendo responsáveis por 15% dos casos no mundo (GORDIS, 2009; ROTHMAN e GREENLAND, 1998).
Os cânceres associados a agentes infecciosos são um problema de saúde pública, principalmente nos países menos desenvolvidos, onde são encontradas as maiores taxas de adoecimento por infecções (PRATA, 1992). Na atualidade, sete vírus, uma bactéria e dois helmintos são associados ao surgimento do câncer (PLUMMER et al., 2016).
Em ambientes de trabalho, os acidentes com material biológico nos serviços de saúde podem resultar em importante problema de saúde pública, uma vez que o contato direto com sangue de pacientes e outros fluidos corporais pode aumentar o risco de algumas categorias de profissionais de saúde de contrair infecções virais, em especial por HIV (fator de risco para câncer de pele, linfoma, Sarcoma de Kaposi) e hepatites B e C (fator de risco para câncer de fígado e leucemias) (PAREDES et al., 2019).
Formas de exposição
No trabalho:
Os profissionais mais expostos a infeções associadas ao desenvolvimento de câncer são os técnicos e auxiliares de enfermagem, porém outras ocupações tais como enfermeiro, médico clínico, empregado nos serviços gerais entre outros também são bastante afetadas. As principais formas de contágio são através de acidente com material perfurocortante e contato com sangue e secreções.
No ambiente:
Existem várias formas de exposição a doenças infecciosas. A transmissão pode se dar pelo contato de um indivíduo com outro através de relação sexual, placenta, pele ou secreções corporais, através de mordedura de animais ou picadas de insetos. Pode ocorrer transmissão também através de uma fonte de água que abastece uma localidade, por exemplo. Muitas infecções podem apresentar mais de um tipo de transmissão.
Medidas de controle
Realização de capacitações, por parte dos profissionais de saúde, sobre os riscos de ocorrência de acidente ou importância das infecções que poderão ser adquiridas, ou sobre uso de equipamento de proteção individual (EPI). Campanhas de vacinação e orientação também são de fundamental importância para o controle de algumas infecções em ambientes de trabalho. O reconhecimento institucional da importância da vigilância de acidentes com material biológico, visando modificações nos processos de trabalho com o intuito de evitar acidente, é de fundamental importância para idealizar e implementar planos preventivos que garantam a integridade física dos trabalhadores.
Referências Bibliográficas
GORDIS L. Epidemiology. 4rd. Philadelphia: Elsevier Saunders
ROTHMAN JK, GREENLAND S. Modern Epidemiology 2nd ed. Philadelphia: Lippincott-Raven; 1998.
PLUMMER M, DE MARTEL C, VIGNAT J, FERLAY J, BRAY F, FRANCESCHI S. Global burden of cancers attributable to infections in 2012: a synthetic analysis. Lancet Global Health 2016; 4: e609–16.
PRATA PR. A transição epidemiológica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública 1992, 8 (2), 168-175.
PAREDES H, OTERO UB, SILVA VSP. Profile of healthcare workers involved in accidents with exposure to biological materials in Brazil from 2011 through 2015: surveillance aspects. Rev Bras Med Trab.2019;17(1):106-118