Versão para profissionais de saúde
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Prevenção e fatores de risco
- Exposição cumulativa aos raios ultravioletas, principalmente os emitidos pelo sol ou câmaras de bronzeamento.
- Ter pele clara e/ou olhos azuis. Ser albino, ter cabelos ruivos ou louros.
- Algumas doenças genéticas como o xeroderma pigmentoso.
- Cicatrizes decorrentes de queimaduras.
- História familiar ou pessoal de câncer de pele.
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Agrotóxicos, aminas aromáticas, antineoplásicos, benzidina, benzeno, bifenil policlorado, tetracloreto de carbono, solventes orgânicos, óxido de etileno, radiação ionizante e ultravioleta são agentes associados ao linfoma não Hodgkin. Trabalhadores do setor de transporte rodoviário e ferroviário, operadores de rádio e telégrafo, galvanizadores, trabalhadores das indústrias de couro e calçados, borracha e plástico, cerâmica e porcelana, laticínios, madeira, têxtil; trabalho rural, transporte rodoviário, usinas elétricas, lavagem a seco e refinaria de petróleo têm maior risco de desenvolver a doença.
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Detecção precoce
As estratégias para a detecção precoce do câncer são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento (aplicação de teste ou exame em uma população assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e, a partir daí, encaminhar os pacientes com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento) (WHO, 2020).
Rastreamento
O rastreamento do câncer é uma estratégia dirigida a um grupo populacional específico no qual o balanço entre benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com maior impacto na redução da mortalidade e da incidência, nos casos de existência de lesões precursoras. Os benefícios são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os resultados falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para o paciente; o sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores de comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representem uma ameaça à vida) (BRASIL, 2010).
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pele não melanoma na população em geral traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado (WHO, 2020; USPSTF, 2023).
Diagnóstico Precoce
A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer (WHO, 2017). Nessa estratégia, destaca-se a importância de os profissionais de saúde e a população estarem aptos para reconhecerem os sinais e sintomas suspeitos de câncer, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde.
O diagnóstico precoce do câncer de pele é recomendado para toda a população, necessitando que todos estejam atentos às suas principais formas de apresentação (NICE, 2023; INCA, 2021):
- O carcinoma basocelular – originado de células basais da epiderme (representa cerca de 80% dos cânceres de pele), apresenta-se principalmente como uma lesão (ferida ou nódulo) com bordos róseos, translúcidos ou perolados, que não cicatriza, podendo ulcerar e sangrar.
- O carcinoma espinocelular - originado nas células da camada mais superficial da pele (representa cerca de 20% dos cânceres de pele), em geral surge como uma mancha vermelha que descama e sangra formando uma ferida.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Cadernos de Atenção Primária, n. 29. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf Acesso em: 15 ago 2023.
NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CARE EXCELLENCE. NICE Guideline Suspected cancer: recognition and referral. Published: 23 June 2015. Last updated: Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng12/chapter/Recommendations-organised-by-site-of-cancer#skin-cancers Acesso em: 31 ago 2023.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Detecção precoce do câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível em: https://antigo.inca.gov.br/publicacoes/livros/deteccao-precoce-do-cancer
U.S. PREVENTIVE SERVICES TASK FORCE. Screening for Skin Cancer. US Preventive Services Task Force Recommendation Statement. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2803797 Acesso em: 04 set. 2023.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Early detection. Geneva: WHO, 2007. (Cancer control: knowledge into action: WHO guide for effective programmes, module 3). Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/43743/9241547338_eng.pd.... Acesso em: 01 set. 2023.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guide to cancer early diagnosis. World Health Organization, 2017. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/254500. Acesso em: 31 ago 2023.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Who report on cancer: setting priorities, investing wisely and providing care for all. Geneva: World Health Organization; 2020. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240001299 Acesso em: 04 set 2023.
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Sinais e sintomas
O surgimento de quaisquer lesões/ferimento na pele que não tenha resolução em um período de 15 dias, devem ser avaliado pelo especialista, pois pode tratar-se de um câncer de pele não melanoma. O principal sintoma nas lesões mais avançadas é sangramento a mínimos atritos.
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Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de pele não melanoma, há poucos anos, era realizado somente através do exame clínico e da histopatologia.
Atualmente, a dermatoscopia vem se mostrando uma poderosa ferramenta no diagnóstico desse tumor. No entanto, precisa ser complementada com o exame histopatológico, que além de confirmar o diagnóstico apontará a indicação precisa do tratamento.
Uma grande virtude da dermatoscopia é poupar alguns pacientes de um exame invasivo (biópsia), que poderia deixar uma cicatriz cirúrgica inestética.
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Classificação e estadiamento
O Câncer de pele não melanoma basocelular, rarissimamente é necessário determinar estadiamento, pois normalmente tem um comportamento localizado.
Já o Espinocelular, as vezes se faz necessário estadiá-lo.
O sistema utilizado é o TNM, determinado em 2018, (AJCC), onde:
T representa o tamanho do tumor
N indica se já acometeu os linfonodos regionais, e
M determina a presença de metástase para outros órgãos
O estadiamento para Basocelular e Espinocelular se aplica quando estes tumores acontecem em região de cabeça e pescoço.
O estádio inicial é o 0, e o 4 o mais avançado, tendo o 2 e o 3 os estádios intermediários.
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Tratamento
O tratamento padrão do câncer de pele não melanoma é a cirurgia, pois permite um controle histopatológico da lesão. A cirurgia micrográfica é um método que permite maior controle das margens do tumor ressecado, possibilitando assim maior garantia da cura.
Outros métodos terapêuticos têm se mostrado eficazes, mas é necessário indicação precisa de um dermatologista experiente, a fim de evitar a recidiva, o que tornaria o tratamento cada vez mais difícil.
Entre esses métodos podemos citar a criocirurgia com nitrogênio líquido, cuja principal sequela é uma mácula acrômica; e a terapia fotodinâmica, na qual usa-se um creme sobre o tumor, que ao ser ativado por uma luz específica produz destruição seletiva das células neoplásicas.
A quimioterapia e imunoterapia tópicas em alguns casos podem ser a melhor opção terapêutica para determinados tipos de câncer de pele não melanoma.
A radioterapia também pode ser utilizada, tanto como paliativo como curativo.
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Acompanhamento pós tratamento
Mesmo após a cura, é aconselhado que os pacientes com câncer de pele não melanoma, procurem um especialista, pelo menos a cada ano, pois além da chance de recidiva estes pacientes apresentam uma pré-disposição a desenvolver novos tumores.
É importante o monitoramento das lesões pré-malignas, pois como defendemos, o melhor dos tratamentos é o preventivo.
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Estudos clínicos em aberto
Confira os estudos clínicos abertos para inclusão de pacientes no INCA.
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Prevenção e fatores de risco