Versão para população
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Estatísticas
Estimativa de casos novos: 7.310 (2022 - INCA); e
Número de óbitos (C56): 4.444 (Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM, 2023).
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O que aumenta o risco?
Idade - A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade.
Fatores reprodutivos e hormonais - O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.
A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos) podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.
A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.
O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.
História familiar - Histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.
Fatores genéticos - Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.
Excesso de gordura corporal - Aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de ovário.
Exposição no Trabalho - Alguns tipos de trabalho podem aumentar o risco de câncer de ovário. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), há comprovação de que a exposição ao amianto (asbesto) e à radiação pode estar relacionada ao desenvolvimento dessa doença. Esse risco ocorre, principalmente, quando a exposição acontece por longos períodos no ambiente de trabalho, como ao respirar fibras de amianto ou ao lidar com radiação de forma frequente (IARC, 2025).
O amianto foi muito utilizado no passado na fabricação de diversos materiais. Por isso, mulheres que trabalham ou trabalharam na indústria têxtil, na construção civil, em fábricas de cimento e telhas, na manutenção, limpeza ou reforma de prédios antigos, em indústrias metalúrgicas ou em oficinas mecânicas, onde há peças antigas com amianto, podem ter tido contato com esse material. Também podem estar expostas mulheres que atuam em navios, estaleiros, ferrovias ou em atividades de demolição.
Já a exposição à radiação acontece, por exemplo, entre profissionais que trabalham com exames de imagem, como raios X, tomografias e outros serviços de radiologia. Portanto, essas exposições no ambiente de trabalho, podem aumentar o risco de câncer de ovário, o que reforça a importância do uso de equipamentos de proteção e do cumprimento das medidas de segurança para proteger a saúde das trabalhadoras.
REFERÊNCIAS
AMERICAN CANCER SOCIETY. Asbestos and Cancer Risk. Atlanta, Estados Unidos, 2023. Acessado em: 09 de dezembro de 2023. Disponível em: https://www.cancer.org/content/dam/CRC/PDF/Public/603.00.pdf
Otero, U.B., et al. Câncer relacionado ao trabalho: relato de experiência do Instituto Nacional do Câncer na atualização da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho do Ministério da Saúde no Brasil. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 2025. Acessado em 07 de dezembro de 2025. Disponível em: file:///C:/Users/carol/Downloads/Lista%20de%20doen%C3%A7as%20relacionadas%20ao%20trabalho%20(2).pdf
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Como prevenir?
As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos.
O exame preventivo ginecológico (Papanicolaou) não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o câncer do colo do útero.
A prevenção do câncer de ovário no ambiente de trabalho envolve reduzir o contato com agentes que podem causar danos à saúde. É importante utilizar corretamente os equipamentos de proteção indicados, como máscaras, luvas e aventais, seguir as orientações de segurança do local de trabalho e evitar o contato direto com materiais antigos que possam conter amianto. No caso de atividades com radiação, o uso de proteção adequada e o respeito aos limites de exposição são fundamentais. Além disso, buscar informações sobre os riscos do trabalho, participar de treinamentos e procurar acompanhamento de saúde quando necessário ajudam a proteger as trabalhadoras e a prevenir o Câncer Relacionado ao Trabalho (CRT).
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Sinais e sintomas
Na fase inicial, o câncer de ovário pode ser assintomático. Conforme progride, pode causar:
- Pressão, dor ou inchaço no abdômen e pelve;
- Dores nas costas ou pernas;
- Problemas digestivos (náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia);
- Perda de apetite;
- Necessidade frequente de urinar;
- Fadiga persistente;
- Presença de uma massa palpável no abdome.
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Detecção precoce
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de ovário traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
- Inchaço abdominal
- Dor abdominal
- Perda de apetite e de peso, fadiga
- Mudanças no hábito intestinal e/ou urinário
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
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Diagnóstico
O diagnóstico envolve:
- Exame ginecológico;
- Marcador tumoral CA-125 (pode indicar presença de células cancerígenas no ovário);
- Ultrassom transvaginal (avalia o tamanho e a aparência dos ovários);
- Tomografia computadorizada e ressonância magnética (analisam a presença de massas e a extensão da doença);
- Raio-X ou tomografia de tórax (verifica metástases pulmonares);
- Cirurgia diagnóstica (em casos necessários, uma bópsia pode ser realizada para confirmar o diagnóstico).
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Tratamento
O tratamento depende de fatores como tipo do tumor, estágio da doença e condição da paciente. As opções incluem:
- Cirurgia (sempre que possível, busca-se a remoção total do tumor);
- Quimioterapia adjuvante (após a cirurgia, para reduzir riscos de recorrência);
- Quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor e facilitar a remoção).
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Acompanhamento pós-tratamento
Consultas regulares são essenciais para monitoramento. Recomenda-se acompanhamento a cada 3-6 meses nos primeiros 2 anos, e depois a cada 6-12 meses.
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