Versão para população
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Estatísticas
Estimativa de novos casos: 12.040, sendo 6.420 homens e 5.620 mulheres (2022 - INCA); e
Número de mortes: 4.469, sendo 2.490 homens e 1.979 mulheres (2021 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM).
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O que aumenta o risco?
- Sistema imune comprometido: pessoas com deficiência de imunidade, em consequência de doenças genéticas hereditárias, uso de drogas imunossupressoras (usadas em casos de transplantes, por exemplo) e portadoras de infecção pelo HIV têm maior risco de desenvolver linfomas.
- Portadores dos vírus Epstein-Barr, HIV-1 e HTLV1 e da bactéria Helicobacter pylori (que causa úlceras gástricas) têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma;
- Algumas substâncias químicas estão associadas à ocorrência da doença, como agrotóxicos, aminas aromáticas, benzidina, benzeno, bisfenil policlorado, tricloroetileno, tetracloreto de carbono, solventes orgânicos, radiação ionizante e ultravioleta, tetracloreto de carbono, entre outras. Os trabalhadores do setor de transporte rodoviário e ferroviário, operadores de rádio e telégrafo, trabalhadores em laboratórios fotográficos, galvanizadores, agricultores, trabalhadores da indústria do couro e calçados, borracha e plástico, cerâmica e porcelana, laticínios, madeira, têxtil, petroquímica, usinas elétricas e lavagem a seco são os mais expostos a fatores de risco de desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin.
- Exposição a altas doses de radiação.
- Resultados de novos estudos, como o Health Agricultury Health, têm demonstrado que trabalhadores rurais representam grupo de maior risco para linfoma não Hodgkin possivelmente devido a exposição a múltiplos agentes (agrotóxicos, solventes, diesel, poeiras, dentre outros).
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Como prevenir?
A melhor forma para prevenção desse câncer, no que diz respeito às exposições químicas potencialmente carcinogênicas é a eliminação desses fatores dos ambientes de trabalho, por meio da substituição por produtos menos nocivos ou de menor risco. Na impossibilidade, redução gradativa e contínua das mesmas substâncias, incorporação de novas tecnologias; monitoramento ambiental cuidadoso e redução da jornada de trabalho.
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Sinais e sintomas
- Aumento dos linfonodos (gânglios) do pescoço, axilas e/ou virilha;
- Suor noturno excessivo
- Febre;
- Coceira na pele;
- Perda de peso maior que 10% sem causa aparente.
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Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar uma lesão pré-cancerosa ou um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem- sucedido.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do Linfoma não-Hodgkin traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
- Aparecimento de um ou mais caroços (gânglios linfáticos) sob a pele, geralmente indolor, principalmente em pescoço, virilha ou axila;
- Febre e suores noturnos;
- Cansaço e perda de peso sem motivo aparente.
Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é necessário investigá-los, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
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Diagnóstico
São necessários vários tipos de exames para o diagnóstico adequado do linfoma não-Hodgkin. Esses exames permitem determinar o tipo exato de linfoma e esclarecer outras características, cujas informações são úteis para decidira forma mais eficaz de tratamento.
Entre os exames indicados, estão a biópsia (retirada de pequena porção de tecido, em geral dos gânglios linfáticos, para análise em laboratório de anatomia patológica), punção lombar, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Após a confirmação do diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma (indolente, ou seja, de crescimento relativamente lento; ou agressivo, de alto grau e desenvolvimento rápido) e o estágio em que se encontra. Os linfomas indolentes correspondem a aproximadamente 40%, e os agressivos, aos 60% restantes.
Há vários tipos de biópsia, incluindo os seguintes:
- Biópsia excisional ou incisional - através de uma incisão na pele, retira-se o linfonodo por inteiro (excisional) ou uma pequena parte do tecido acometido (incisional). É considerada o padrão de qualidade para o diagnóstico dos linfomas;
- Punção aspirativa por agulha fina - retira-se pequena porção de tecido por aspiração por meio de agulha;
- Biópsia e aspiração de medula óssea - retira-se pequena amostra da medula óssea (biópsia) ou do sangue da medula óssea (aspiração) por meio de uma agulha. Esse exame é necessário para definir se a doença estende-se também à medula óssea, informação importante para a decisão do tratamento a ser empregado;
- Punção lombar - retira-se pequena porção do líquido cerebroespinhal (líquor), que banha o cérebro e a medula espinhal (não confundir com medula óssea). Esse procedimento determina se o sistema nervoso central foi atingido.
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Tratamento
A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, associação de imunoterapia e quimioterapia, ou radioterapia. A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, administradas por via oral ou intravenosa. A imunoterapia refere-se ao uso de medicamentos que têm um alvo específico para um componente que há nas células do linfoma (ex: anticorpo anti CD20 – um antígeno que existe na parede das células de alguns linfomas). A radioterapia é uma forma de radiação usada, em geral, para erradicar ou reduzir a carga tumoral em locais específicos, para aliviar sintomas ou também para reforçar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de volta da doença em localizações mais propensas à recaída.
No caso dos linfomas indolentes, as opções de tratamento variam desde apenas observação clínica, até tratamentos bastante intensivos, dependendo da indicação médica.
Para linfomas com maior risco de invasão do Sistema Nervoso Central – SNC (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva (injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal). Nos pacientes já com o SNC envolvido, ou que desenvolvem esta complicação durante o tratamento, são realizados esses mesmos tratamentos.
A estratégia de tratamento dependerá do tipo específico de linfoma não-Hodgkin.
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Acompanhamento pós tratamento
Rotina de acompanhamento pós-tratamento para pacientes com linfoma não-Hodgkin:
- Exames de acompanhamento regulares: Realização de consulta médica com exames físicos e testes laboratoriais regularmente para monitorar sua condição. Exames de laboratório incluem hemograma completo, exames bioquímicos, testes de função hepática e renal, e exames de imagem, como tomografias computadorizadas ou ressonâncias magnéticas, conforme necessário. A frequência desses exames dependerá do tipo de linfoma, do estágio da doença e do tratamento realizado.
- Monitoramento dos efeitos colaterais: Durante e após o tratamento, é importante monitorar os efeitos colaterais da terapia. Isso pode incluir avaliações cardíacas, pulmonares e de função hepática. Além disso, é essencial verificar a presença de infecções oportunistas devido à supressão do sistema imunológico pelo tratamento, especialmente se forem administradas terapias imunossupressoras adicionais.
- Detecção precoce de recidivas: Devem ser avaliados sinais de possíveis recidivas do linfoma não-Hodgkin, como aumento dos gânglios linfáticos, suores noturnos, fadiga persistente ou sintomas semelhantes à gripe.
É importante ressaltar que essa é uma rotina de acompanhamento geral e que as necessidades de cada paciente podem variar. A rotina de acompanhamento será adaptada às características específicas de cada caso, levando em consideração o tipo de linfoma, o estágio da doença, o tratamento realizado e as condições médicas individuais.
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