Versão para população
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Estatísticas
Estimativa de novos casos: 10.700, sendo 6.390 em homens e 4.310 em mulheres (2022 - INCA); e
Número de mortes: 10.598, sendo 6.061 homens e 4.535 mulheres (2021 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM).
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O que aumenta o risco?
O tabagismo, a poluição ambiental da fumaça do tabaco e o uso de esteroides anabolizantes influenciam no risco de desenvolvimento do câncer de fígado em geral. Em relação aos tipos específicos, outros fatores de risco são:
Hepatocarcinoma
Cerca de 50% dos pacientes com hepatocarcinoma apresentam cirrose hepática, doença grave associada ao alcoolismo ou à hepatite crônica. O causador predominante da hepatite crônica é a infecção pelos vírus da hepatite B ou C, também relacionados ao desenvolvimento de câncer de fígado.
Em áreas endêmicas, a esquistossomose (doença conhecida por barriga d’água) é considerada fator de risco.
Grãos e cereais quando armazenados em locais inadequados e úmidos podem ser contaminados pelo fungo aspergillus flavus, que produz a aflatoxina, substância cancerígena.
Outros fatores de risco importantes são o excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade) e as bebidas.
Exercer atividade laboral na assistência e serviços gerais em estabelecimentos de saúde. As exposições mais comuns são a instrumentos perfurocortantes contaminados por vírus da hepatite B e C, no caso destes profissionais. Outros trabalhadores, tais como mecânicos de veículos a motor, agricultores, operários da indústria de plásticos, operadores em indústria química, mecânicos de veículos a motor, podem apresentar maior exposição aos seguintes agentes: radiação ionizante, arsênio, cloreto de vinila, solventes, fumos de solda e bifenil policlorado, todos associados ao desenvolvimento deste tipo de câncer.
Colangiocarcinoma
O colangiocarcinoma está relacionado com inflamações das vias biliares, principalmente com a clonorquíase - infestação pelo verme clonorchis sinensis, bastante frequente nos países asiáticos e africanos -, entre outros fatores, alguns desconhecidos.
Angiossarcoma
O potencial carcinogênico de substâncias químicas como cloreto de vinil, arsenicais inorgânicos e o solução de dióxido de tório (que podem ser encontradas nos agrotóxicos e no amendoim mal estocado) está associado a este tipo de câncer de fígado.
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Sinais e sintomas
Os sintomas mais comuns são: dor abdominal, massa abdominal, distensão addominal, perda de peso inexplicada, perda de apetite, mal-estar, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen).
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Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e favorecer o tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior risco de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de fígado traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de:
- Massa (tumor) na parte superior do abdômen
- Cansaço, perda de apetite e de peso
- Icterícia (pele e mucosas amarelas)
- Dor no abdômen superior
Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que sejam logo investigados.
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Diagnóstico
Devido ao curto tempo de evolução e ausência de sintomas iniciais do hepatocarcinoma, geralmente o tumor se encontra avançado quando é feito o diagnóstico. O tempo de duplicação do volume de massa é de, em média, quatro meses. Alguns exames vão ajudar o médico a confirmar o diagnóstico:
Tomografia computadorizada: Exame que utiliza Raios X e tecnologia do computador para produzir imagens como se fosse um “corte” do corpo e serve para descobrir e localizar os tumores.
Ressonância Nuclear Magnética (RNM): Não apresenta grande diferença em relação à tomografia computadorizada no que se refere à capacidade de identificar os tumores hepáticos primários ou metastáticos, mas não utiliza Raios X. Esse exame pode definir um pouco melhor a extensão do tumor nos pacientes com cirrose hepática, especialmente quando usados contrastes específicos especiais.
Laparoscopia (investigação direta do interior do abdômen): Permite visualização direta do órgão e a biópsia (remoção de uma pequena quantidade de tecido para análise laboratorial que vai determinar se o tumor é maligno ou não). É mais eficaz quando associado à ultrassonografia videolaparoscópica.
Biópsias Per Cutâneas por Radiologia Intervencionista: Também usadas para ter o diagnóstico histológico por biópsia, mas sem a necessidade de operar o paciente, usando a Tomografia Computadorizada ou a Ultrassonografia como guias.
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Tratamento
A remoção cirúrgica (ressecção) do câncer é o tratamento mais indicado quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário) e também nos tumores hepáticos metastáticos em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa e as metástases restritas ao fígado ou locais também passiveis de ressecção completa.
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Acompanhamento pós tratamento
O acompanhamento se dá por avaliação medica ambulatorial frequente, associada a exames de sangue e de imagem para avaliação e detecção precoce de um eventual retorno do tumor.
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