Versão para população
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Estatísticas
Estimativa de novos casos: 10.990, sendo 8.200 homens e 2.790 mulheres (2022 - INCA); e
Número de mortes: 8.430, sendo 6.614 homens e 1.816 mulheres (2021 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). -
O que aumenta o risco?
- O consumo frequente de bebidas muito quentes, em temperatura de 65ºC ou mais, pode levar ao câncer de esôfago. No Brasil, em algumas regiões é comum o consumo do chimarrão.
- O consumo de bebidas alcoólicas pode causar câncer de esôfago, não havendo níveis seguros de ingestão. É importante destacar que, não só o consumo regular, como também o consumo excessivo e esporádico de qualquer tipo de bebida alcóolica.
- Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade). O referido excesso também facilita o desenvolvimento da doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE), importante fator de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
- O tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer de esôfago. O risco aumenta rapidamente com a quantidade de cigarros consumida. Mesmo as pessoas que já fumaram, mas interromperam, possuem risco aumentado de desenvolver este câncer quando comparadas aos que nunca fumaram.
- História pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão.
- Infecção pelo Papilomavírus humano (HPV).
- Tilose (espessamento da pele nas palmas das mãos e na planta dos pés), acalasia (falta de relaxamento do esfíncter entre o esôfago e o estômago), esôfago de Barrett (crescimento anormal de células do tipo colunar para dentro do esôfago), lesões cáusticas (queimaduras) no esôfago e Síndrome de Plummer-Vinson (deficiência de ferro).
- Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, radiação (X e gama), ácido sulfúrico e negro de fumo. As indústrias onde há maior risco de exposição a tais agentes são as da construção civil, metalúrgica, de couro, de manufatura da borracha, mineração e agricultura. As ocupações mais expostas a estes agentes são: engenheiro eletricista e mecânico, trabalhadores de extração de petróleo, motoristas de veículos a motor, trabalhadores de lavanderias/lavagem a seco, da indústria eletrônica e de limpeza.
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Como prevenir?
- Não fumar e não se expor ao tabagismo passivo. Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo tabagismo.
- Evitar o consumo bebidas alcoólicas.
- Manter o peso corporal adequado.
- Identificar e tratar a doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE).
- Consumir bebidas muito quentes, em temperaturas inferiores a 60ºC (devido á temperatura e não ao tipo de bebida). Para garantir a temperatura adequada para consumo, após o preparo, deve-se esperar em torno de cinco minutos para ingerir a bebida. No Brasil, é comum o consumo do chimarrão.
- Utilizar camisinha durante a relação sexual.
- Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) adequados às ocupações que aumentam a exposição de trabalhadores a agentes cancerígenos pode diminuir o número de casos de câncer de esôfago relacionado ao trabalho.
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Sinais e sintomas
Em sua fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Porém, com a progressão da doença, podem surgir sintomas tais como dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite.
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos, e pode levar a importante perda de peso.
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Detecção precoce
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de esôfago traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
- Dificuldade em engolir.
- Refluxo.
- Dor epigástrica (parte alta do abdômen).
- Perda de peso.
Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
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Diagnóstico
É feito por meio da endoscopia digestiva, um exame que investiga o interior do tubo digestivo e que permite a realização de biópsias para confirmação do diagnóstico. Quando o tumor é detectado precocemente, as chances de cura aumentam muito.
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Tratamento
De forma geral, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.
Nos casos onde o objetivo é a cura, os pacientes são inicialmente submetidos a um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e posteriormente é feita a cirurgia. Para os tumores muito avançados ou no caso de pacientes muito debilitados, o tratamento tem caráter paliativo (sem finalidade curativa) e é feito por radioterapia combinada ou não à quimioterapia.
No leque de cuidados paliativos também encontram-se disponíveis as dilatações com endoscopia, colocação de próteses autoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas).
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Acompanhamento pós tratamento
Após a realização do tratamento, seja ele quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, os pacientes são seguidos em consultas ambulatoriais regulares. Nesses atendimentos são solicitados exames para acompanhamento da doença e dos resultados do tratamento. Esse acompanhamento deve ser realizado por pelo menos 5 anos e é de fundamental importância para diagnosticar um eventual retorno da doença.
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