O número estimado de casos novos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 45.630 casos, correspondendo a um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 casos entre os homens e 23.660 casos entre as mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 20,78 casos novos a cada 100 mil homens e de 21,41 a cada 100 mil mulheres (Tabela 1).
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. As maiores taxas de incidência são observadas na Região Sudeste para homens e mulheres. Nela, é o segundo mais incidente entre os homens (28,62 casos por 100 mil), assim como no Centro-oeste (17,25 por 100 mil). Na Região Sul (26,89 por 100 mil), é o terceiro tumor mais frequente. Nas Regiões Nordeste (10,99 por 100 mil) e Norte (7,05 por 100 mil), ocupam a quarta posição. Entre as mulheres, é o segundo mais frequente nas Regiões Sudeste (28,88 por 100 mil), Sul (26,04 por 100 mil) e Centro-oeste (16,92 por 100 mil). Na Região Norte (7,78 por 100 mil), é o terceiro câncer mais incidente; e, na Região Nordeste (13,08 por 100 mil), o quarto (Tabelas 4, 19, 38, 46 e 55).
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O câncer de cólon e reto abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto, que corresponde ao final do intestino imediatamente antes do ânus, e no ânus. É uma doença heterogênea, que se desenvolve predominantemente a partir de mutações genéticas em lesões benignas, como pólipos adenomatosos e serrilhados (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2021b; SULLIVAN; NOUJAIM; ROPER, 2022).
A estimativa mundial, para o ano de 2020, apontava mais de 1,9 milhão de casos novos de câncer de cólon e reto (10,0%), correspondendo ao terceiro tumor mais incidente entre todos os cânceres. Entre os homens, ocorreram cerca de 1,1 milhão de casos novos, com um risco estimado de 23,40 casos a cada 100 mil homens. Entre as mulheres, 865 mil casos novos, sendo o segundo tumor mais frequente, com taxa de incidência de 16,20 casos a cada 100 mil mulheres (FERLAY et al., 2020). As maiores taxas de incidência de câncer de cólon e reto em homens foram observadas no Centro, no Norte e no Sul da Europa. Entre as mulheres, as maiores incidências foram verificadas na Oceania e no Norte da Europa (FERLAY et al., 2020).
Em termos de mortalidade no Brasil, em 2020, ocorreram 20.245 óbitos por câncer de cólon e reto (9,56 por 100 mil). Entre os homens, houve 9.889 óbitos, correspondendo a 9,55 mortes por 100 mil homens. Entre as mulheres, foram 10.356 mortes, correspondendo a 9,57 óbitos por 100 mil mulheres (BRASIL, 2022; INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2020a).
Os principais fatores de risco estão associados ao comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool e tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras. Outros fatores de risco estão associados a condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica e histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações, por exemplo, raios X e gama (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2021a; WILD; WEIDERPASS; STEWART, 2020; WORLD CANCER RESEARCH FUND; AMERICAN INSTITUTE FOR CANCER RESEARCH, 2018). Os cânceres de cólon e reto apresentam alto potencial para prevenção primária, com a promoção à saúde por meio de estímulo a hábitos de vida e dietéticos saudáveis, e secundária, a partir da detecção precoce. Em razão de sua história natural, são passíveis de ações de rastreamento e de diagnóstico precoce.