Tabagismo
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O que é abordagem mínima e qual sua importância na cessação do tabagismo?
A abordagem breve/mínima consiste em o profissional de saúde perguntar, avaliar, aconselhar e preparar o fumante para que deixe de fumar, sem, no entanto, acompanhá-lo nesse processo. Pode ser feita por qualquer profissional da saúde durante uma consulta de rotina, sobretudo por aqueles que têm dificuldade de fazer um acompanhamento com esse tipo de paciente (ex.: profissionais que atuam em pronto-socorro, triagem, dentre outros).
Para saber mais, conheça a cartilha Abordagem breve / mínima / básica na cessação do tabagismo (abre em nova janela)
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No Brasil, é possível fabricar produtos destinados ao público infantojuvenil que reproduzam o formato de derivados de tabaco?
Não. A Resolução-RDC da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 304, de 7 de novembro de 2002, proíbe a produção, importação, comercialização, propaganda e distribuição de alimentos na forma de cigarros, charutos, cigarrilhas, ou qualquer outro produto derivado do tabaco. Proíbe o uso de embalagens de alimentos que simulem as embalagens de cigarros ou que utilizem nomes de marcas pertencentes a produtos derivados do tabaco.
A Lei nº 12.921, de 26 de dezembro de 2013, proíbe a fabricação, a comercialização, a distribuição e a propaganda de produtos nacionais e importados, de qualquer natureza, bem como embalagens, destinados ao público infantojuvenil, reproduzindo a forma de cigarros e similares.
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A indústria do tabaco pode distribuir amostras ou brindes?
A Lei 10.167, de dezembro de 2000, proíbe a distribuição de amostras ou brindes.
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A indústria do tabaco pode promover festas, eventos esportivos ou culturais?
O patrocínio de eventos culturais e esportivos pelas marcas de produtos de tabaco é proibido de acordo com a Lei 12.546, de dezembro de 2011.
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A indústria do tabaco pode fazer propagandas, mesmo que indiretas, dos seus produtos?
No Brasil, de acordo com a Lei 12.546, de dezembro de 2011, todas as formas de propaganda estão proibidas, permitindo-se somente a exposição dos produtos de tabaco para a venda em estabelecimentos comerciais, sempre acompanhados de advertências sanitárias.
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É permitida a venda de produtos derivados de tabaco pela Internet?
A Resolução da Diretoria Colegiada-RDC nº 15, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de 17 de janeiro de 2003, em consonância com a Lei 9.294, de julho de 1996, proíbe a oferta e a venda de produtos derivados de tabaco na Internet.
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Como o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) assegura os direitos da pessoa com deficiência ao tratamento para deixar de fumar?
No âmbito do PNCT, compreende-se que é preciso assegurar que todas as pessoas saibam que o tabagismo é uma doença e está associado a outras doenças crônicas não transmissíveis. Sendo assim, considera-se importante adotar medidas que possibilitem que todos tenham acesso às informações sobre os cuidados que precisam ter com a sua saúde, bem como sobre o tratamento do tabagismo no SUS. Disponibilizar recursos diferenciados, tais como a produção de áudios referentes aos materiais do tratamento do tabagismo, a fim de possibilitar o acesso das pessoas com deficiência visual ao conteúdo do tratamento é uma forma de inclusão social e de promoção de direitos humanos.
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Qual a importância de aumentar preços e impostos sobre os produtos de tabaco?
Aumentar preços e impostos sobre derivados de tabaco contribui para reduzir o consumo desses produtos e a prevalência do tabagismo, além da redução de mortes por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
Essas são medidas centrais para reduzir o acesso de jovens e populações mais pobres aos produtos de tabaco, desestimulando seu consumo, considerando que nessas populações se concentra a maior prevalência de fumantes em todo o mundo.
Além disso, é importante vincular a arrecadação com medidas de controle do tabagismo. É necessário garantir que o valor arrecadado seja empregado em medidas de saúde, medidas efetivas que possam gerar impacto na Política Nacional de Controle do Tabagismo, mitigando assim todos os prejuízos causados por essa droga.
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A produção de fumo gera perdas aos Países?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o uso do tabaco é a principal causa evitável de mortes em todo o mundo, matando mais de 8 milhões de pessoas por ano. Os seus custos econômicos também são enormes, totalizando mais de US$ 1,4 trilhão em custos de saúde e perda de produtividade. Ocorre sobrecarga do sistema de saúde com tratamento das doenças causadas pelo fumo; mortes precoces de cidadãos em idade produtiva; maior índice de aposentadoria precoce; faltas ao trabalho; menor rendimento no trabalho; mais gastos com seguros, com limpeza, manutenção de equipamentos e reposição de mobiliários; maiores perdas com incêndios provocados por pontas de cigarros acesas; e redução da qualidade de vida do fumante e de sua família.
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O aumento da ventilação nos ambientes pode eliminar a poluição tabagística ambiental?
Estudos científicos demonstraram que tanto a ventilação por diluição, por deslocamento ou a purificação do ar não conseguem controlar o risco da poluição tabagística ambiental (PTA) a nível mínimo para a saúde dos não fumantes. No Brasil, é proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado, privado ou público. Considera-se recinto coletivo o local fechado, de acesso público, destinado a permanente utilização simultânea por várias pessoas.
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As imagens e frases de advertência nos maços de cigarros causam impacto?
Sim. A função das advertências nos maços de cigarros é reduzir a prevalência de fumantes e prevenir a experimentação do produto, especialmente pelas crianças, adolescentes e jovens. Essa medida está inserida em um conjunto de estratégias de promoção da saúde que envolvem ações nos âmbitos educativo, legislativo e econômico, todas elas com o objetivo de reduzir a exposição da população ao tabagismo. Além dessa informação, também constam nos maços de cigarros os teores de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono e o telefone do "Disque Saúde 136", um serviço de orientação à população para deixar de fumar.
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Qual o papel do INCA no controle do tabagismo?
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) — órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil, Centro Colaborador da OMS para controle do tabaco é responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Deste modo o Instituto desenvolve estratégias voltadas para a prevenção, o tratamento do tabagismo, promoção da saúde e de ambientes livres visando contribuir para a redução da incidência e mortalidade por câncer e doenças tabaco-relacionadas no país.
O INCA também exerce a Secretaria Executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro da Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco (Se-Conicq) -
Um paciente que faz tratamento no INCA e é fumante também pode fazer tratamento para deixar de fumar na Instituição?
Sim. Para ajudar pacientes e familiares a pararem de fumar existe no INCA uma área de tratamento de tabagismo, ligada à Coordenação de Assistência, localizada no 10º andar do Hospital de Câncer I (HC I). Muitos desconhecem, mas já está comprovado cientificamente que parar de fumar tem efeitos positivos mesmo em quem já recebeu o diagnóstico de câncer. Dentre os muitos benefícios que o paciente alcança após parar de fumar estão a melhora na cicatrização cirúrgica, na capacidade de oxigenação, na diminuição dos efeitos colaterais da radioterapia e da quimioterapia e, consequentemente, uma melhor resposta ao tratamento e qualidade de vida. O atendimento pode se dar tanto por procura espontânea do paciente, como por encaminhamento dos profissionais de saúde do Instituto. A equipe também atende pacientes internados na Unidade I (HC I) que apresentem síndrome de abstinência, já que não é permitido fumar no hospital.
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Quais são os componentes da fumaça do cigarro?
A fumaça é uma mistura de milhares de substâncias tóxicas diferentes que constituem-se de duas fases fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão.
Alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato. A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência
A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde homogeneamente no ambiente, contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.
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Como o cigarro age quimicamente no organismo?
A fumaça do cigarro é inalada para os pulmões, distribuindo-se para o sistema circulatório fazendo com que a nicotina chegue de sete a 19 segundos ao cérebro. Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em um minuto. Dessa forma, as substâncias inaladas pelos pulmões espalham-se pelo organismo com uma velocidade quase igual à de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa.
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O que causa a dependência do cigarro?
A nicotina é uma substância psicoativa que causa dependência e é encontrada em todos os produtos derivados do tabaco, tais como cigarro, cigarro eletrônico ou dispositivo eletrônico para fumar, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé, entre outros. A dependência à nicotina está incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde [CID-11].
Ao ser inalada produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e o álcool. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais o produto e aumenta também o risco de se desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte.
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Quais são as doenças causadas pelo uso do cigarro e outros produtos derivados de tabaco?
O tabagismo é uma doença causada pela dependência de nicotina que contribui para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.
O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas contribui de forma significativa para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. Os produtos de tabaco que não produzem fumaça também estão associados ou são fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça, pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias buco-dentais. Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
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Por que as pessoas começam e continuam a fumar?
A maioria dos fumantes torna-se dependente da nicotina antes dos 19 anos de idade. Há vários fatores que levam as pessoas a fumar, dentre eles a publicidade direta e indireta que é dirigida principalmente aos adolescentes, jovens e mulheres e fornece uma falsa imagem de que fumar está associado ao bom desempenho sexual e esportivo, ao sucesso, à beleza, à independência e à liberdade. No Brasil, a publicidade de produtos de tabaco é proibida. No entanto, há várias estratégias da indústria do tabaco para atrair as pessoas para que passem a consumir seus produtos. O fácil acesso à compra e o baixo preço dos cigarros, além da tentativa de serem aceitos por grupos de amigos fumantes, se espelharem em pais e ídolos fumantes, também podem corroborar para que o jovem passe a experimentar cigarros, tornando-se em um futuro próximo um dependente de nicotina.
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Existe tratamento gratuito para parar de fumar?
Sim. Desde 2002, o Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde vem organizando uma rede de unidades de saúde do SUS para oferecer tratamento do tabagismo para os fumantes que desejam parar de fumar.
O tratamento é realizado por profissionais de saúde e composto de uma avaliação individual, passando depois por consultas individuais ou sessões de grupo de apoio, nas quais o paciente fumante entende o papel do cigarro e dos outros produtos derivados de tabaco na sua vida, recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar, e principalmente como viver sem produtos derivados de tabaco.
Durante as quatro primeiras reuniões de grupo (ou consultas individuais) são fornecidos manuais de apoio com informações sobre cada uma das sessões. Também são fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, caso seja necessário. Procure o coordenador do controle de tabagismo no seu Estado, município ou postos de saúde próximos de sua casa ou do trabalho, e se informe sobre os locais e horários de tratamento do tabagismo. -
Quem já tentou várias vezes, mas sempre voltou a fumar, um dia conseguirá parar em definitivo?
Sim. Já é esperado que a pessoa faça mais de uma tentativa antes de parar de fumar definitivamente e isso não é um problema e nem deve ser motivo de vergonha ou desistência. Estudos mostram que em média um ex-fumante tenta parar de fumar entre três a quatro vezes até conseguir definitivamente. A cada tentativa, se conhece as maiores dificuldades e aprende-se a controlá-las, sem fumar. Por exemplo: você resolve parar de fumar, e ao estar diante de uma situação de estresse, pensa em fumar um cigarro como solução para se acalmar. Com o tempo você vai aprendendo que, além do cigarro não resolver seus problemas, ele está tirando sua saúde.
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É mais difícil a mulher parar de fumar do que o homem?
Homens e mulheres têm formas distintas de lidar com o tabaco. Na mulher, o uso de cigarros muitas vezes está associado à mudança de humor, e essa tendência pode criar dificuldades diferenciadas diante da abstinência. Além disso, ao parar de fumar geralmente existe um ganho de peso que pode ser um fator dificultador para que as mulheres consigam parar de fumar. O importante é que os profissionais conheçam essas especificidades para que possam oferecer o tratamento adequado para que as chances de sucesso sejam maiores.
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Quais são os riscos do tabagismo para a mulher grávida?
A mulher grávida que fuma aumenta o risco de apresentar placenta prévia (quando a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero), descolamento de placenta e hemorragias uterinas. Há o dobro de chance de o bebê nascer com baixo peso, bem como chances de aborto espontâneo, parto prematuro e morte perinatal. Além disso, o bebê pode apresentar redução do calibre de suas vias aéreas, levando a uma redução da sua função pulmonar, tornando-o suscetível a crises de dispnéia e a contrair mais infecções respiratórias. Filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes.
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Por que cigarro, cigarros eletrônicos, charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé, narguilé e outros produtos derivados de tabaco fazem mal à saúde?
Todos os produtos derivados do tabaco, tais como: cigarro, cigarros eletrônicos, charuto, cachimbo, narguilé, cigarro de palha, dispositivos eletrônicos para fumar, entre outros, são nocivos à saúde. No período de consumo destes produtos são introduzidas no organismo milhares de substâncias tóxicas, incluindo nicotina que causa dependência. A fumaça do tabaco contém mais de 7.000 compostos e substâncias químicas. Estudos indicam que no mínimo 69 destes compostos e substâncias provocam câncer.
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Quais os derivados do tabaco mais agressivos à saúde e como agem?
Todos os anos, segundo a OMS, 8 milhões de pessoas morrem devido ao consumo de tabaco e seus derivados. O uso de tabaco em qualquer uma de suas formas pode causar mortes e doenças debilitantes.
O consumo de produtos fumígenos não é recomendado, não há nenhum produto derivado de tabaco que seja isento de danos à saúde. Não há um nível seguro e nem recomendado do uso de tais produtos.
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O que é tabagismo passivo?
É a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados. A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de Poluição Tabagística Ambiental (PTA) e, segundo a OMS, é a maior responsável pela poluição em ambientes fechados, e a terceira maior causa de morte evitável no mundo.
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Como o tabagismo passivo afeta a saúde?
Os não fumantes que respiram a fumaça do tabaco têm um risco maior de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo. Quanto maior o tempo em que o não fumante fica exposto à poluição tabagística ambiental (PTA), maior a chance de adoecer. A fumaça que sai livremente da ponta do cigarro acesa se difunde homogeneamente pelo ambiente. Essa fumaça contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. O tabagismo passivo pode acarretar desde reações alérgicas (rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma) em exposição à PTA em curto período, até infarto agudo do miocárdio, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) em adultos expostos à PTA por longo período.
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Quais são os riscos para crianças que convivem com fumantes em ambientes fechados?
As crianças, especialmente as mais novas, são muito prejudicadas quando expostas à poluição tabagística ambiental, o que ocorre frequentemente em função do convívio com pessoas que fumam. Um estudo da OMS, envolvendo 700 milhões de crianças que vivem com fumantes em casa (cerca de metade das crianças do mundo), mostrou que elas apresentaram um aumento de incidência de pneumonia, bronquite, exacerbação de asma, infecções do ouvido médio, síndrome da morte súbita infantil, além de uma maior probabilidade de desenvolvimento de doença cardiovascular na idade adulta. Nos casos em que a mãe é fumante, estima-se uma chance maior para infecções respiratórias e de ouvido médio do que nos casos em que a mãe não é fumante.
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Quais são os danos causados ao meio ambiente pela plantação de tabaco?
A maior parte do fumo produzido no país é oriunda da Região Sul. O tabaco, do cultivo até o descarte, afeta o ar, o solo, a água. Além disso, o descarte inadequado das guimbas ou bitucas causa incêndios e o cultivo provoca desmatamentos. O cultivo do tabaco geralmente envolve o uso substancial de produtos químicos, incluindo agrotóxicos, fertilizantes e reguladores de crescimento. Esses produtos químicos podem escoar e afetar as fontes de água potável, contaminando rios, lençóis freáticos e o solo, além de causarem danos à saúde dos plantadores de fumo. A fabricação dos produtos do tabaco também traz importantes impactos negativos para o meio ambiente. São produzidas toneladas de lixos, tanto sólidos quanto químicos, como a amônia e o tolueno. Há também um gasto grande de água e energia. A fabricação e o consumo de cigarros envolvem também o uso de papéis, plásticos e ainda há todo o material utilizado na confecção e o uso dos fósforos e isqueiros para acender os cigarros e outros produtos de tabaco fumígenos. A fumaça do tabaco pode contribuir para aumentar os níveis de poluição do ar nas cidades. Estudos indicam que ela contém três tipos de gases do efeito estufa: dióxido de carbono, metano e óxidos nitrosos, e polui ambientes internos e externos. Fator relevante e pouco estudado ainda, se refere ao impacto gerado pelo descarte dos dispositivos eletrônicos de fumar que, por conter baterias, substâncias químicas, embalagens metálicas e outras, requerem um descarte especial já que não são biodegradáveis.
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O que é a doença da "folha verde do tabaco" ou "mão verde"?
A "doença da folha verde do tabaco", que costuma atingir trabalhadores do setor do fumo, é uma espécie de overdose de nicotina, que é absorvida pela pele do trabalhador na colheita das folhas. O suor, o orvalho e a chuva facilitam o contato da substância com a pele. Mesmo não sendo fumantes, as pessoas que desenvolvem a doença chegam a ter uma quantidade da substância cotinina na urina maior do que quem fuma. O mal causa dores de cabeça, tontura, náuseas e cólica. Ele dura alguns dias e pode afetar a mesma pessoa repetidas vezes. A doença da folha verde do tabaco ainda é pouco conhecida e os médicos costumam confundi-la com outras enfermidades. Várias pesquisas estão em andamento para detectar todas as consequências dessa doença.
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Fumar narguilé é mais seguro do que o cigarro convencional?
O narguilé, também conhecido como cachimbo d’água, shisha ou Hookah, é um dispositivo para fumar no qual uma mistura de tabaco é aquecida, e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma longa mangueira. Por utilizar mecanismos de filtro, o consumo de narguilé é visto como menos nocivo à saúde. Porém, uma sessão de narguilé pode durar de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição aos componentes tóxicos presentes na fumaça de aproximadamente 100 cigarros.
Nenhum produto derivado de tabaco é indicado para consumo humano.
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O que são os Sistemas Eletrônicos de Entrega de Nicotina (Ends) e os Sistemas Eletrônicos de entrega sem nicotina (Ennds)?
De acordo com o relatório WHO Report on the Global Tobacco Epidemic (2021), são sistemas que aquecem um líquido para criar aerossóis que são inalados pelo usuário. Esses "e-líquidos" podem ou não conter nicotina, outros aditivos, sabores e produtos químicos que podem ser tóxicos para a saúde das pessoas. Os Sistemas Eletrônicos de Entrega de Nicotina mais comuns são os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vaporizadores ou canetas vaporizadoras. Outras categorias incluem “e-narguilés”, “e-cachimbos” e “e-charutos”. A comercialização, importação e a propaganda de tais produtos é proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009 por meio da RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.
Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. WHO report on the Global tobacco Epidemic, 2021. Addressing new and emerging products. Geneva: World Health Organization; 2021. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
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Por que é importante parar de fumar?
O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco.
O tabagismo contribui para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, além de outras doenças, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
Parar de fumar não é fácil, mas é possível. Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de adoecer. Parar de fumar sempre vale a pena em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro, como câncer, enfisema ou AVC (acidente vascular cerebral).
A OMS listou mais de 100 razões para parar de fumar como forma de mobilizar, motivar, sensibilizar e encorajar os tabagistas a deixarem de fumar. A lista foi organizada por tema e traz vários elementos que reforçam e motivam a cessação do tabagismo.
O SUS oferece tratamento para os que desejam parar de fumar. Procure uma unidade de saúde e inicie o seu tratamento.
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Quais os benefícios em parar de fumar?
Ao parar de fumar, os benefícios à saúde são quase imediatos, conforme demonstrado a seguir:
Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros, e o paladar já degusta melhor a comida.
Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil, e a circulação melhora.
Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
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Por que o tabagismo é considerado uma doença pediátrica?
Crianças, adolescentes e jovens têm sido expostos cada vez mais precocemente ao tabagismo. A maioria dos fumantes se torna dependente até os 19 anos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma doença pediátrica
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O que é abordagem mínima e qual sua importância na cessação do tabagismo?