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Série 30 anos Museu da Imprensa
Primeira rotativa de grande porte importada pelo Brasil. A compra ocorreu no Governo Rodrigues Alves para servir à Imprensa Nacional. A aquisição foi realizada em 1902 pelo ministro da Fazenda José Leopoldo de Bulhões Jardim, que esteve à frente das finanças nacionais de 1902 a 1906. Em homenagem, a impressora ganhou o seu nome.
Esse é mais um capítulo da história da Imprensa Nacional de introdutora de tecnologia gráfica de ponta no País. O momento histórico e econômico favoreceu esse avanço. A passagem do século XIX para o XX foi marcada pela expansão e modernização do parque gráfico não só da Imprensa Nacional, como de três grandes jornais que surgiram no período: “O Estado de S. Paulo”, em 1875, com o nome de “A Província de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” (1891) e o “Correio da Manhã” (1901).Esse salto tecnológico e o aumento do número de veículos da mídia impressa decorreram da estabilidade econômica herdada pelo governo Rodrigues Alves de seu antecessor, o governo Campos Sales. O Brasil vivia o auge do ciclo da borracha e as exportações de café aumentavam.
Máquinas Possantes
A partir de 1889, a Imprensa Nacional aumenta o seu poderio gráfico, com dezenas de prelos mecânicos e uma impressora Marinoni (marca de uma rotativa desenvolvida a partir de 1847/1848 pelo mecânico e tipógrafo francês Hippolytte Marinoni, cujos modelos evoluíram até máquinas que operavam com papel em bobinas, em 1874). Essas impressoras revolucionaram o processo de impressão, ao imprimir 10 mil exemplares/hora com apenas três operários. As primeiras rotativas dessa marca foram instaladas em 1866 nos jornais franceses “Liberté”, “Le Petit Journal” e “La Presse”.
A rotativa Leopoldo de Bulhões — que imprimiu o então “Diário Official” — era, à época, um dos modelos mais modernos e aperfeiçoados do mundo, produzidos pela empresa Marinoni. Começou a operar na Imprensa Nacional em 1904.
Movida a energia elétrica, produzia 14 a 15 mil exemplares por hora. É constituída de quatro cilindros, que comportavam 32 páginas do formato “in-folio” (folha de impressão que, tendo sido dobrada uma vez, forma duas folhas ou quatro páginas) e que imprimiam em papel de 1m36cm de largura por um metro. As telhas de estereotipia eram dispostas nos cilindros em telhas, de duas páginas cada uma. O abastecimento do papel era contínuo, a partir de bobinas contendo 3 mil metros. Além de imprimir, a rotativa Leopoldo de Bulhões cortava e dobrava o Diário Oficial. Passou ao acervo do Museu da Imprensa em abril de 1980.