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Série 30 anos do Museu da Imprensa
6 de agosto de 2012
O Museu da Imprensa exibe duas linotipos. Trata-se de um tipo de máquina de composição de tipos de chumbo, inventada em 1884 em Baltimore, nos Estados Unidos, pelo alemão Ottmar Mergenthaler.
O invento foi de grande importância por ter significado um novo e fundamental avanço na história das artes gráficas. A linotipia provocou, na verdade, uma revolução porque venceu a lentidão da composição dos textos executada na tipografia tradicional, onde o texto era composto a mão, juntando tipos móveis um por um. Constituía-se, assim, no principal meio de composição tipográfica até 1950.
Até mesmo Thomas Alva Edison, o gênio norte-americano que, dentre centenas de criações, inventou a lâmpada elétrica incandescente, manifestou-se sobre a importância da linotipo, proclamando-a como Oitava Maravilha do Mundo. Essa referência é compreensível. A linotipo, a partir do final do século XIX, passou a produzir impressos a baixo custo e isso levou informação às massas, democratizou a informação. Promoveu uma revolução na educação. Antes da linotipo, os jornais e revistas eram escassos, com poucas páginas e caros. Os livros didáticos eram também caros, pouco acessíveis.
Esse salto tecnológico ocorreu devido à substituição da composição manual, com tipos móveis, de cada linha de um texto, pelo processo de composição de uma linha inteira de texto, feita pela linotipo. Banhada com chumbo em ponto líquido, essa linha de caracteres tipográficos era, assim que digitada ou datilografada, logo fundida. A produtividade aumentou muito, o equivalente à produção de oito compositores manuais. Esses compositores mecânicos passaram, então, a ser chamados de linotipistas.
“A line of type!” (“Uma linha de tipos!”), exclamou Mergenthaler, entusiasmado, diante do resultado de um dos primeiros testes públicos de seu invento. Isso aconteceu em 1886, na área gráfica do jornal “New York Times”. Rapidamente, a invenção de Mergenthaler suplantou a monotipia — criada por Tolbert Lanston nos Estados Unidos em 1885, máquina na qual a fundição dos tipos se realizava um a um.
A linotipia (composição a quente) saía de cena em meados da década de 1950 para o advento da fotocomposição (composição a frio). Na Imprensa Nacional, a desativação das linotipos ocorreu mais tarde, no início dos anos 1960. Em seu parque gráfico, chegaram a funcionar, a partir de 1940, mais de duzentas dessas máquinas. Os operadores — linotipistas — eram exímios na composição de textos, atributo reconhecido pelos grandes jornais e revistas do Rio de Janeiro.
Linotipos do Museu da Imprensa
Até setembro de 2009, o Museu da Imprensa exibia apenas uma linotipo, doada pela Biblioteca do então Departamento de Imprensa Nacional (DIN). Trata-se de uma máquina produzida em Nova Iorque pela Mergenthaler Linotype Co., empresa de Ottmar Mergenthaler.
A ela se juntou, em 10 de setembro de 2009, a linotipo doada ao Museu da Imprensa pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. A máquina pertencia à Gráfica-Escola dessa instituição, onde foi utilizada, ao longo de duas décadas, na formação e treinamento de grande número de profissionais gráficos do Distrito Federal. O então presidente do sindicato, Romário Schettino, e o diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino de Sousa Vieira, assinaram o termo de doação.