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Brasil celebra 206 anos da Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso no país
Quarta-feira, 10 de setembro, é uma data muito especial para a Imprensa Nacional e para o jornalismo brasileiro. Marca os 206 anos de surgimento da Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal impresso do Brasil. Desde 2009, a Imprensa Nacional exibe em seu saguão da entrada principal uma placa de aço com a reprodução da capa do primeiro número do jornal pioneiro.
Informação fundamental — Em seus 14 anos de existência, a Gazeta apresentou um conteúdo variado de informações, numa linha parecida à dos jornais de hoje. Ao lado dos despachos régios, estavam estampadas notícias do exterior e das províncias e anúncios.
O último número — de um total de 1.791 edições — circulou em 31 de dezembro de 1822. Ao todo, o jornal publicou 7.494 páginas. No periódico pioneiro, trabalhou o primeiro jornalista profissional do Brasil: Manuel Ferreira de Araújo Magalhães.
Dos prelos da Impressão Régia (hoje Imprensa Nacional), em 10 de setembro de 1808, um sábado, saiu a primeira edição, com quatro páginas, da Gazeta do Rio de Janeiro. Os exemplares foram vendidos na casa do livreiro Paulo Martin Filho, no fim da rua da Quitanda, ao preço de 80 réis.
Nos primeiros quatro anos, a edição do jornal coube ao frei português Tibúrcio José da Rocha, pertencente aos quadros de servidores da Impressão Régia, órgão da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e de Guerra, do regime absolutista.
TESTEMUNHO – “Em 10 de setembro de 1808, o mar ameaçava derrubar o muro do amplo e elegante terraço do Passeio Público do Rio de Janeiro, de onde se desfrutava uma das mais belas vistas da Baía da Guanabara. Quem caminhasse pouco mais de cem metros pelas alamedas do jardim e cruzasse o portão do parque saía em frente ao número 44 da Rua do Passeio onde, sem alarde, ocorria um fato histórico. No pavimento térreo da então residência do Conde da Barca nascia a imprensa no Brasil. Dos prelos da recém-instalada Impressão Régia, saía um pequeno jornal de quatro páginas, que media apenas 24cmx18cm, a Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822).” Esse relato foi escrito pela jornalista Lília Diniz, em artigo publicado originalmente na revista História Viva, de abril de 2009.
A publicação que inaugurou o jornalismo brasileiro já mereceu vários estudos. Por exemplo, duas historiadoras debruçaram-se sobre ela. Maria Beatriz Nizza da Silva escreveu o livro (edição esgotada) Gazeta do Rio de Janeiro – 1808-1822 – A Cultura e Sociedade”. E Juliana Gesuelli Meirelles defendeu, em seu mestrado de história na Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, a dissertação A Gazeta do Rio de Janeiro e o impacto na circulação de idéias no império luso-brasileiro (1808-1822). Essa dissertação transformou-se em livro. As duas obras integram o acervo do Museu da Imprensa.