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Povos de Terreiro do RS começam a receber cestas de alimentos
Foto: Divulgação
A semana de trabalho no Ministério da Igualdade Racial começou com o reforço no atendimento dos povos de terreiro e comunidades tradicionais de matriz africana atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul.
A diretoria de políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana entregou 102 cestas de alimentos para lideranças de terreiro dos municípios de Eldorado do Sul, Guaíba, Montenegro, São Leopoldo e Sapucaia.
A entrega que começou no último dia 6, será estendida para os municípios de Alvorada, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Porto Alegre, Viamão, Feliz, Maquiné, Sarandi, Taquari e Arroio do Meio e beneficiará mais 240 famílias de terreiros com 480 cestas de alimentos.
A ministra da igualdade racial, Anielle Franco, destaca que o reconhecimento formal e a inclusão dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiro nos planos de emergência e calamidade, é uma ação fundamental de auxílio na obtenção de recursos e fortalecimento da capacidade de resposta dessas comunidades a emergências.
“A marginalização histórica e a vulnerabilidade social impostas a estas comunidades, as tornam particularmente suscetíveis aos impactos de desastres naturais e crises sociais. Sua inclusão nos planos de emergência garante seguridade e proteção a essas famílias”, afirma.
A diretora da DPMAT, Luzi Borges, destaca a importância do diálogo institucional realizado nos dias seguintes à tragédia climática que atingiu a população gaúcha. “Essas entregas só foram possíveis porque contaram com a participação de várias mãos que se colocaram à disposição para garantir que os insumos chegassem no território. Sigamos de mãos dadas reconstruindo, não só o território, mas a dignidade do nosso povo, pontua.”
A partir da escuta realizada junto as lideranças de terreiros e mapeamento de suas necessidades, foi criado uma estratégia de atendimento para três grupos prioritários:
Grupo 1: Comunidades que se encontram em municípios em estado de calamidade e emergência. O foco é o resgate, abrigo, alimentação e outras necessidades básicas.
Grupo 2: Comunidades com estrutura para fornecer alimentação à população, visando seu credenciamento em programas que fornecem insumos necessários, como cozinhas emergenciais.
Grupo 3: Comunidades com capacidade de oferecer abrigos emergenciais para pessoas desabrigadas.
Sob o olhar institucional do governo federal, a ação está sendo realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em âmbito estadual, acompanham a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Conselho Estadual de Povos de Terreiros, Superintendência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Departamento de Igualdade Étnico Racial da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) que disponibilizou recursos humanos e apoio logístico com transporte.
O Fórum Nacional de Segurança Alimentar (Fonsanpotma), a Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro), a Rede Afroambiental, o coletivo Mulheres de Axé do Brasil, a Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU) e o Conselho Estadual de Povos de Terreiro são as organizações negras de defesa da população negra do Rio Grande do Sul parceiras do MIR nessa iniciativa.
Ação continuada – Com o objetivo de otimizar os esforços e garantir que essas populações sejam atendidas de forma rápida e eficiente, o MIR cadastrou no último mês, 75 cozinhas emergenciais de povos e comunidades tradicionais de matriz africana de terreiro por meio de ação conjunta com Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (SESAN/MDS).
As cozinhas que receberam cestas de alimentos e gás de cozinha, atendem aproximadamente 10 mil pessoas por dia com marmitas. Além disso, 14 comunidades foram identificadas como disponíveis para oferecer alojamento, e tratativas estão em andamento para credenciá-las a receber apoio com colchões, cobertores, agasalhos e outros itens.