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Roda de conversa reúne lideranças ciganas e órgãos do estado de Santa Catarina para discutir Políticas para povos ciganos
Foto: Walisson Braga/MIR.
No Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, localizado na Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Trindade, foi realizada uma importante Roda de Conversa sobre Políticas para Povos Ciganos. A atividade, que contou com a presença de representantes dos órgãos do Estado de Santa Catarina, finaliza as atividades desta edição da caravana no estado.
Um dos pontos de destaque foi a apresentação do programa de políticas públicas para povos ciganos, que está sendo elaborado pela Secretaria Nacional de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, do Ministério da Igualdade Racial. A coordenadora-geral de Políticas para Ciganos, Edilma Nascimento, ressaltou a importância desse programa para o povo cigano no Brasil, destacando que é uma ação do governo em apoio a essa comunidade.
Paula Balduino, Diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos, enfatizou a necessidade da participação ativa da comunidade cigana na construção desse programa. Segundo ela, a colaboração dos próprios ciganos é fundamental para que as políticas sejam efetivas e atendam às necessidades específicas desse grupo.
Durante o evento, também foi discutida a relevância da participação social como um elemento essencial para o desenvolvimento de políticas inclusivas. Além disso, foi abordada a questão da criminalização dos saberes ciganos e a importância de pensar em políticas que visem combater essa marginalização.
Outro aspecto tratado foram os eixos do programa. Rogério Calon, uma liderança cigana, destacou que ser cigano não implica em não ter acesso a água, moradia adequada ou infraestrutura de qualidade. Ele ressaltou que os ciganos também têm o direito de desfrutar de qualidade de vida, mesmo com uma casa fixa. O objetivo é que o programa contemple ações que promovam a melhoria das condições de vida dessa população.
A educação e o espaço escolar foram abordados como fundamentais para combater o preconceito e o racismo contra os ciganos no Brasil. Foi ressaltada a importância de uma educação que ensine a verdadeira história desse povo, desmitificando estereótipos negativos. Acredita-se que a transformação social passa pelo ensino de uma história mais inclusiva e realista.
Durante as discussões, também foi enfatizada a necessidade de desconstruir imagens distorcidas e estereotipadas dos povos tradicionais, como os ciganos. Para isso, é preciso repensar as estruturas sociais que contribuem para a construção dessas representações negativas.
A importância de materiais educativos que contem a verdadeira história dos povos tradicionais foi mencionada como essencial. A formação de uma sociedade mais consciente pode começar nas séries iniciais, com a utilização desses materiais nas escolas. Atualmente, existe uma carência de materiais educativos de qualidade