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MIR participa de seminário sobre os caminhos para equidade étnico-racial no SUAS

- Foto: Roberta Sousa / MDS
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou, na manhã desta quarta-feira (19), da abertura do seminário "Caminhos para a Equidade Étnico-Racial no SUAS", em Brasília. A iniciativa, que vai até a sexta-feira (21), tem a finalidade de debater os desafios e potencialidades para o atendimento socioassistencial da população negra, quilombola, indígena, cigana, de povos e comunidades tradicionais de matriz africana.
A ministra Anielle Franco iniciou sua fala repudiando a declaração de cunho racista do presidente da Conmebol e prestando solidariedade tanto à ministra Margareth Menezes, vítima de perseguição política, quanto à Débora Damasceno, que foi presa injustamente por erro policial. "É para isso que a gente luta, é para isso que um Governo Federal humanizado existe e não falar ou não repudiar a piada que foi feita com o nosso povo, nossas pessoas, é impossível", colocou.
"O papel do SUAS, nessa proteção social, que é feito por, com e para mulheres negras também, passa por um conceito que tenho vivido e aprendido desde nova que é o conceito coletivo do bem-viver. Esse cuidado nacional, cuidado social que vemos dentro do SUAS, a justiça social, não é possível sem a busca da equidade racial", defendeu.
“Este seminário é fundamental porque creio que somos, para muitos brasileiros em vulnerabilidade social, a primeira porta que se abre”, afirmou o titular do MDS, Wellington Dias, durante a mesa de abertura. “O presidente Lula reconhece a importância do Cadastro Único, que é referência como uma porta para a dignidade. Que possamos sair mais preparados a partir destes diálogos, para enfrentarmos com mais firmeza e coragem os desafios do dia-a-dia”, completou.
Já a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, enfatizou a importância da pauta e destacou que 27% da população brasileira são mulheres negras. “Quando a gente olha para as mulheres negras, estamos olhando para uma base significativa da sociedade brasileira. Qual a justiça que queremos para as mulheres negras no Brasil? Qual a justiça que o SUAS pensa para as mulheres negras em nosso país? Essa conversa é muito importante para avançarmos no debate da democracia em nosso país”, indagou.
O evento é organizado pela Coordenação-Geral de Equidade Étnico-Racial e Combate às Discriminações (CGEERCD) do Departamento de Proteção Social Básica (DPSB), da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), e tem como objetivo incorporar a pauta de combate ao racismo de forma permanente nas dinâmicas de funcionamento do SUAS.
O conjunto de temas selecionados para os debates nas mesas apresenta a trajetória da assistência social e sua relação com as diferentes manifestações de racismo. O seminário dialoga também com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n° 18 da Organizações das Nações Unidas (ODS 18 – ONU), dedicado à igualdade étnico-racial como um dos objetivos direcionado à proteção das populações indígenas e afrodescendentes.