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MIR inaugura Afroteca em Santarém
- Foto: Albanira Coelho/Ufopa
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) inauguraram, nesta quinta-feira (28) a Afroteca Curumim, na cidade de Santarém (PA), localizada na divisa com o Amazonas, na confluência entre rios Tapajós e Amazonas. A unidade é uma das seis que serão construídas a partir do investimento de R$ 695.310,00.
“A idealização dessas afrotecas é da Ufopa e virou uma prioridade para o Ministério. Ela também materializa outra das prioridades que temos para o Ministério, o fortalecimento das universidades do Norte e Nordeste, que têm riqueza de diversidade étnica”, colocou a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Márcia Lima.
Ao lado da secretária, participaram da inauguração também a reitora da Ufopa, Aldenize Xavier, e o idealizador do projeto, professor Luiz França.
“Estou muito feliz com essa conquista, que é parte do nosso ciclo de acolhimento. Temos tido avanços que são muito difíceis de conseguir”, afirmou a reitora Aldenize.
O professor Luiz lembrou do percurso para formular o projeto das Afrotecas e reforçou a metodologia antirracista dos espaços. “Essa tecnologia foi desenvolvida por um método que passa pela pesquisa sobre relações raciais. A partir desse diagnóstico, pensamos como serão os espaços em cada local, cerca de 160 mães e 100 pesquisadores participaram desse processo. Isso não é criar o mecanismo de ruptura, de enfrentamento”, explicou.
Estima-se que a Afroteca Curumim tenha capacidade para atender, em média 300 mães por mês. No campus Tapajós, onde ela está localizada, cerca de 80% das mães matriculadas na Ufopa são negras, quilombolas ou indígenas, fazendo com que esse seja o público majoritariamente atendido.
A diretora de Ações Afirmativas da Ufopa, Wania Alexandrino, também compartilhou com o público que o ponto de partida para a inauguração do espaço no Campus Tapajós foi uma carta escrita por um coletivo de mulheres locais, indígenas, quilombolas, PCDs, extrativistas, ribeirinhas. “A partir daí, percebi que não podia voltar atrás, só podia continuar. Esse é o projeto intelectual que queremos para a nossa universidade”, disse emocionada após a leitura da carta.
Houve ainda a apresentação de crianças do Centro Municipal de Educação Infantil Antônia Correa, que frequentam a afroteca Sankofa, e do grupo de capoeira Angolarte. Esse é o quinto espaço inaugurado dos dez totais previstos. Seis deles têm investimento do Ministério.
Afrotecas – Tecnologia educacional inovadora, a proposta desses espaços foi desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa em literatura, História e Cultura Africana, Afro-brasileira, Afro-amazônica e Quilombola (Afroliq), vinculado ao curso de Licenciatura em Letras do Instituto de Ciências da Educação (Iced).
As Afrotecas promovem formas afirmativas de ver e valorizar a identidade das nossas raízes negras, bem como propõem a criação de formas de brincar a partir de uma perspectiva antirracista. Elas também são oportunidade de valorização dos materiais didáticos que envolvam a representatividade racial e estejam de acordo com a Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira.