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MIR destina 1,2 milhão ao IPEA para estudo do impacto econômico das desigualdades raciais
Foto: Rithyele Dantas/MIR.
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) firmaram uma parceria para desenvolver estudos, pesquisas e atividades de promoção de conhecimento nos temas de racismo e igualdade racial.
As análises vão abordar as desigualdades raciais no ambiente de trabalho e os custos econômicos do racismo estrutural na sociedade brasileira, além de um estudo sobre a demografia da escravidão no Brasil e os impactos na atualidade.
Os estudos são de extrema importância para a elaboração de políticas públicas voltadas para a população negra e quilombola, para mitigar as problemáticas deixadas pela escravidão.
Outra parte do investimento foi para a realização do seminário que marca os 135 anos desde a abolição, ‘Entre a escravidão e o Racismo’, nesta terça-feira (7).
"Este seminário tem o objetivo de dar continuidade a essa trajetória crítica e retomar, no âmbito da cooperação MIR e IPEA, o diálogo com parceiros estratégicos sobre os desafios e possibilidades de aprofundar os caminhos para uma sociedade com cada vez mais justiça racial”, disse a Diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação, Tatiana Silva.
A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou da mesa de abertura e destacou como as pessoas pretas, principalmente as mulheres, precisam justificar constantemente cargos em espaço de poder.
“O sentido de como o outro nos vê, a gente não consegue mudar. É importante falar isso onde a gente está hoje porque, especificamente, nesse meio econômico existem momentos que a gente precisa reforçar, porque nós mulheres sabemos que a cada dia que passa, nos vemos obrigadas a comprovar que somos capazes e eficientes. E que estamos preparadas, prontas para entrarmos e ficarmos nos lugares em que estamos."
A presidente do Ipea, Luciana Servo, que também estava presente na mesa de abertura, ressaltou os impactos da abolição assinada pela Princesa Isabel em 1888.
“Quando falamos que a princesa assinou um papel e trouxe a liberdade, que liberdade é essa? Que liberdade, como diz Sueli Carneiro, jogou essas pessoas na sarjeta da história. Não incluiu essas pessoas no sistema educacional, não lhes deu direitos e não as colocou em nenhum espaço de inclusão social."