Ministra Anielle participa de lançamento do selo Marielle Franco

A Ministra Anielle Franco participou na manhã desta terça-feira (28), na sede da Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos, do Ato de Lançamento do Selo Marielle Franco – evento de celebração à força da memória da vereadora por luta social e racial. 

Em um auditório lotado com aproximadamente 300 pessoas, estiveram presentes as deputadas federais Dandara Tonantzin, Reginete Bispo, Lídice da Mata, os deputados federais Carlos Zarrattini e Arlindo Chinaglia, além de autoridades dos Correios, do Senado e de diversos ministérios.  

A ministra Anielle Franco ressaltou a importância institucional, logística e afetiva que o trabalho realizado pelos Correios entrega em serviços para todo Brasil. Falou da sua experiência, quando morava fora  e aguardava a entrega de documentos importantes para sua permanência e da entrega das placas Marielle Franco - símbolos de resistência e respeito ao legado da vereadora de direitos humanos.  

“Todas as vezes que vou a homenagens a minha irmã, eu sempre desejo que fosse ela no meu lugar. A gente tem que homenagear e agradecer mulheres negras em vida. Muito obrigada por todas as mulheres que nos ajudaram a chegar até aqui. Estar aqui hoje lançando esse selo é lembrar pra quem  a gente governa e luta por dias melhores para toda nossa população, mas principalmente para aquelas minorias que são tão desvalorizadas no nosso país”, destaca. 

Também participou do evento, a mãe das irmãs Franco e co-fundadora do Instituto Marielle Franco, dona Marinete da Silva que falou sobre a importância da história de sua filha estar representada por um selo de dimensão simbólica para o Brasil e para o mundo e no quanto isso é importante para toda família. “Agradeço a parceria com os Correios por trazer a história de renovação em gênero e raça dentro da política iniciada por Marielle que hoje reverbera em todos os sentidos. Esse é um dia simbólico e muito gratificante que traz as construções da mulher negra para esse país”, acentua. 

A deputada federal Benedita da Silva, que foi a parlamentar responsável pela proposição dessa emissão filatélica, falou sobre a violência política sofrida por ela e por outras mulheres e relembrou sua trajetória enquanto a primeira vereadora negra da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, seguida por Jurema Batista - a segunda vereadora eleita dez anos depois - e somente ao longo de mais dez anos que foi possível a posse de Marielle Franco, eleita em sua primeira disputa eleitoral na capital fluminense. “Fiquei meditando no quanto a política é perversa quando uma mulher se levanta. Quando eu propus esse selo, senti a dor de uma mãe que de um momento pra outro vê sua filha ir embora. Estamos nesse dia lembrando de alguém que deu seu próprio sangue na luta por liberdade em favor dos pobres, das mulheres e do negro”, destaca.  

O selo Marielle Franco irá compor uma mostra sobre a presença dos negros e das negras na filatelia brasileira, disponibilizada no edifício-sede da estatal até o dia 1º de dezembro e, na sequência, no Museu Nacional dos Correios, na capital federal. 

A arte que compõe o selo foi cedida pelo Instituto Marielle Franco e traz uma representação de seu perfil. A comercialização já está disponível na loja online e em todas as agências dos Correios, sob demanda.

Representatividade negra nos selos – Apenas 2% do total dos selos postais brasileiros que circulam nacional e internacionalmente representam as personalidades negras brasileiras. 

Zumbi dos Palmares, Carlos Gomes, Machado de Assis, Chiquinha Gonzaga, Carolina Maria de Jesus, Elza Soares são as personalidades negras representadas na filatelia brasileira. Agora esse acervo ganha maior notoriedade com a inclusão do selo Marielle Franco.  

Diversidade nos Correios – A coordenadora do grupo de trabalho igualdade de gênero e raça, respeito à diversidade e enfrentamento aos assédios, Vilma Reis relembrou a importância do discurso feito em rede nacional feito pela Ministra Anielle Franco, no último dia 19 de novembro. “Foi histórico e potente sua entrada em horário nobre em todos os lares brasileiros, para falar de igualdade racial, em um país onde o racismo continua brutalizando o nosso povo, principalmente no momento onde todos os homens brancos ainda estão dominando e controlando a tv brasileira”, finaliza.  

Ainda segundo a coordenadora, o número de negros e negras dentro dos Correios representam aproximadamente 47% em cargos operacionais. “Nossa luta é para mudar a fotografia do tático e do estratégico, é fundamental que a gente chegue nos outros andares”, ressalta.  

Apresentações Musicais – As apresentações musicais foram momentos marcados por muita emoção, a cantora Marina Andrade apresentou uma música de sua autoria intitulada Mulheres Negras, e dividiu o palco com o também cantor e compositor Deivid Domênico que cantou o samba estandarte de ouro que conta a história dos negros como resistência do Brasil.