Notícias
Ministério da Igualdade Racial se reúne com Governo do Estado do Maranhão para discutir ataques a estátua de Iemanjá, em São Luís
Foto: Luiz
Com o objetivo de ouvir e acolher as denúncias do Povo de Terreiro do Maranhão quanto ao ataque direto à estátua de Iemanjá na praia do Olho d’ Água, em São Luís, no Maranhão, a diretora de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros (DPTMAT), Luzi Borges, se reuniu, na terça-feira (1), com lideranças de comunidades e povos de matriz africana e de terreiros e com representantes do Governo do Estado do Maranhão.
Durante a reunião, foi entregue à diretora Luzi Borges a documentação das medidas judiciais até o momento adotadas sobre o caso da estátua de Iemanjá. As lideranças locais reconhecem que o local é um território sagrado e estão buscando reparação por danos materiais coletivos junto à Defensoria Pública do Estado e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Na reunião, estavam presentes mais de 40 representantes da sociedade civil que expuseram denúncias e questionamentos acerca dos ataques de racismo religioso. A Presidente do Conselho Estadual de Igualdade Racial do Maranhão (CEIR-MA), Jacinta Maria, o Secretário de Igualdade Racial do Estado do Maranhão, Gerson Pinheiro, o Assessor da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), Pai Paulo D'Aruanda, e o Delegado da Delegacia de Combate aos Crimes Raciais, Agrários e de Intolerância, Agnaldo Carvalho, também estavam presentes.
Jô Brandão, integrante do Coletivo Dan Eji, relatou que “os ataques racistas são realizados por intolerantes de outros grupos religiosos, por facções, com discurso de ódio e depredações. Alguns terreiros são atacados diariamente, isso é uma forma de nos matar”.
A diretora Luzi Borges lamentou os ataques e reafirmou o papel do MIR no combate ao racismo religioso. “Entendemos que o momento é difícil com os constantes ataques às práticas culturais e religiosas direcionadas aos povos de terreiro. O MIR está atento a essas violências e vai tomar as providências cabíveis. O racismo nos encontra onde quer que estejamos, porque somos potência econômica, social, cultural e ancestral”.
A diretora ainda apresentou os encontros nacionais Abre Caminhos, que têm como objetivo a elaboração do Programa de Enfrentamento do Racismo Religioso e Redução da Violência e Discriminação contra Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros no Brasil.