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Ministério da Igualdade Racial recebe denúncia de racismo religioso no Distrito Federal
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a secretária-executiva, Roberta Eugênio, receberam uma denúncia de racismo religioso em uma escola do Distrito Federal. O caso foi apresentado durante visita do deputado distrital Fábio Félix e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na última terça-feira.
O caso em questão é de uma estudante de 14 anos de idade que foi proibida de usar seus fios-de-conta, indumentária típica dos adeptos do Candomblé e Umbanda, numa escola cívico-militar. Após a negativa da estudante de retirar o artigo religioso, uma tenente da escola tentou removê-lo à força.
Após uma reunião entre a família da estudante, seu sacerdote e a direção da escola, a tenente pediu desculpas à estudante, e ficou entendido que ela poderia continuar a usar a indumentária por dentro do uniforme escolar.
Após a reunião, o diretor da unidade, se disse incomodado com a gravação da reunião e proferiu insultos ao sacerdote de Umbanda responsável pelos cuidados religiosos da estudante em questão.
Após a reunião com o parlamentar, a equipe do MIR se prontificou a acompanhar de perto a situação e pedir maiores informações à secretaria de Educação do Distrito Federal e à Polícia Militar do Distrito Federal.
“Vamos acompanhar essa situação de perto, porque o racismo religioso vitima nossas crianças desde cedo e cria um ambiente que não é propício ao aprendizado”, disse a ministra Anielle Franco, que se comprometeu a mobilizar, também, o Ministério da Educação no acompanhamento da pauta.
De acordo com Fábio Félix, os casos de racismo religioso no Distrito Federal têm sido uma constante, não somente no ataque a indivíduos como aos próprios terreiros de candomblé e umbanda.
“São muitos os casos de ataques aos espaços sagrados e às pessoas no DF, por isso essa tem sido uma luta prioritária, tanto no nosso mandato, quanto na Comissão de Direitos Humanos”, explicou o parlamentar.
HISTÓRICO — No início de fevereiro, a ministra Anielle Franco esteve na festividade de Yemanjá promovida na praça dos Orixás, em Brasília. No local, que está depredado e precisa de manutenções, ela ouviu das lideranças religiosas as necessidades para o local e para o enfrentamento ao racismo religioso no DF. Na ocasião, a ministra colocou o MIR à disposição para participar de um grupo de trabalho que discuta a temática.