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Ministério da Igualdade Racial acompanha de perto caso de racismo religioso sofrido pela comunidade tradicional do Ilê Axé Ibualamo, em Carapicuíba
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Equipe da diretoria de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana se reúne com Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.
O Ministério da Igualdade Racial, por meio da Diretoria de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, tem acompanhado e monitorado de perto o caso de racismo religioso envolvendo a autoridade religiosa Mãe Zana do Ilê Axé Ibualamo e a Prefeitura de Carapicuíba.
Na última semana, a Coordenadora Geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros, Eloá Moraes, se reuniu com o diretor do Departamento de Mitigação e Prevenção de Risco da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Rodolfo Baesso Moura, para dar encaminhamento ao caso.
Em abril deste ano, representantes da diretoria de Povos e Comunidades Tradicionais estiveram em Carapicuíba e, juntamente com o IPHAN, Ministério Público Federal, Defensoria Pública de São Paulo e a rede de apoio ao Ile Axé Ibualamo, participaram de uma reunião e visitaram os escombros da demolição da unidade territorial tradicional.
A Diretoria também já oficiou a Prefeitura de Carapicuíba buscando obter informações e resposta sobre a demanda de reconhecimento histórico e cultural do território do Ilê Axé Ibualamo. No entanto, até o momento, não houve retorno por parte da prefeitura.
“Apesar disso, estamos empenhando esforços contínuos para promover um amplo diálogo e buscar atender a demanda de reconhecimento histórico e cultural do território de matriz africana, representado pelo Ilê Axé Ibualamo. Compreendemos a importância desse reconhecimento para preservar a identidade cultural e religiosa da comunidade”, explica a coordenadora Eloá Moraes.
Para a diretora Luzi Borges, "o não reconhecimento da tratativa da demolição do território tradicional, o espaço sagrado do terreiro de mãe Zana, constituído há mais de 30 anos, é uma das faces do racismo religioso. Estamos em diálogo com outros ministérios e outros setores públicos para afiançar que os povos e comunidades de terreiros de matriz africana e povos de terreiros tenham seus direitos garantidos e que casos como estes não voltem a acontecer”.
Entenda o caso — Em dezembro de 2022, o terreiro Ilê Axé Ibualamo foi demolido pela prefeitura de Carapicuíba, em São Paulo. A ação foi ordenada pela gestão municipal, que o imóvel apresentava risco de desmoronamento.
Para a sacerdotisa, o caso é de racismo religioso, já que a prefeitura o terreiro dela está próximo a uma obra de interesse da prefeitura, não houve diálogo com a comunidade religiosa, diferente do que seria feito se o espaço fosse de uma igreja, por exemplo.
Grupo de Trabalho — O Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Religioso, estabelecido pelo decreto 11446/2023, possui a atribuição de desenvolver um Programa de Enfrentamento do Racismo Religioso e Redução da Violência e Discriminação contra Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiros no Brasil.
“Levaremos esse caso e outros casos de racismo religioso para discussão nesse grupo, a fim de buscar soluções efetivas e promover ações de combate ao racismo religioso em todo o país”, conclui Eloá.