Notícias
Mídias negras apresentam propostas para a construção do Plano de Comunicação Antirracista
Foto: Larissa Lins/MIR
Na terceira agenda de encontros de escuta, o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), que está elaborando o Plano de Comunicação Antirracista na Administração Pública, recebeu comunicadoras e comunicadores de mídias negras. O encontro realizado nessa quinta-feira (25), no edifício Parque Corporate, em Brasília, buscou aprofundar as contribuições e análises deste grupo como subsídio à formulação do plano.
Comunicação democrática, política de recortes racial e social, sustentabilidade segurança, financiamento federal foram algumas das propostas e contribuições apresentadas por comunicadores da mídia negra, na troca sobre o Plano Nacional de Comunicação Antirracista.
Estavam presentes: Silvia Nascimento, editora-chefe do Mundo Negro; Camila França, editora-chefe do Portal Umbu; Thaís Bernardes, fundadora CEO do Notícia Preta; Raimundo José, da TV Quilombo Rampa; Andressa Franco, da Revista Afirmativa e representantes do Ministério da Igualdade Racial e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
Dividido em dois momentos, o encontro promoveu debates mais amplos e também direcionados, sobre as perspectivas das mídias negras a respeito dos quais mecanismos que o Governo Federal pode criar para a sustentabilidade das mídias negras.
A editora-chefe do portal Mundo Negro, Silvia Nascimento, destacou que o conteúdo produzido pelas mídias negras não consegue alcançar seu público alvo, representado por mais da metade da população brasileira e ressaltou a necessidade de mais investimentos em profissionais formados e habilitados em jornalismo. “A gente concorre muito com páginas que reproduzem nossos conteúdos e títulos, a publicidade entende qualquer produtor de conteúdo negro como mídia negra e quando a gente procura não temos acesso às verbas. Ter um jornalista responsável é um dos critérios e uma maneira legitima de se fazer jornalismo, principalmente em ano de eleição”, pontua.
Também foram propostos, temas como estratégias de diálogos entre ministérios para construção de coletivos de memória e espaços de preservação das mídias negras, revisão das matrizes curriculares dos cursos de comunicação sob a perspectiva da Lei 10.639, comunicação inclusiva, visual, auditiva e neurodivergente, respeito a pluralidade e diversidade da população negra, maior acesso às informações oficiais, entre outros.
GTI: O grupo de trabalho de comunicação antirracista está trabalhando e compilando as propostas já recebidas nas diversas escutas presenciais, remotas e na consulta pública para consolidação do plano.