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“Um Brasil feito por mulheres negras é um Brasil melhor para todas”, diz ministra Anielle Franco no Festival Latinidades
Foto: Luna Costa/MIR.
Uma plateia formada de mulheres negras de todas as idades e origens se reuniu nesta quinta-feira (06) no Museu Nacional da República para ouvir o que mulheres negras e indígenas em espaços de poder têm a dizer sobre este novo momento político do Brasil. O encontro fez parte da programação do Festival Latinidades, o maior festival de mulheres negras da América Latina.
Primeira a falar com a audiência, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, emocionou o público ao relembrar sua trajetória política e os marcos que o mês de julho, mês da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha tem em sua vida pessoal: o nascimento de sua filha, Eloah, e de sua irmã, a vereadora Marielle Franco.
“Quando eu perdi a minha irmã, o mês de julho se tornou um mês muito difícil, porque era o mês do aniversário dela. Mas a chegada do 25 de julho, dia da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, sempre deixava tudo melhor, porque eu podia segurar a mão de outras mulheres negras e me reconhecer em vocês. Isso tudo se transformou ainda mais com a chegada da Eloah, minha filha que nasceu em julho e nasceu a cara da Marielle”, disse a ministra.
Anielle também ressaltou que uma política feita por e para mulheres negras torna o país melhor para todas as pessoas. “As mulheres negras brasileiras, latinas e caribenhas são formuladoras, executoras e beneficiárias de políticas públicas, são múltiplas, com demandas complexas e fazem a economia do país girar. Um Brasil feito por mulheres negras é um Brasil melhor para todas”, afirmou.
Julho das Pretas — O mês da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha é conhecido no Brasil como o Julho das Pretas e é marcado por programações em todo o país.
No próximo dia 10, a ministra Anielle participa, em Salvador, do Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada, a Abralic. O evento vai contar com participações de Angela Davis e Conceição Evaristo, entre outros nomes.
No dia 13, a ministra realiza um café da manhã com parlamentares negras para discutir temáticas legislativas que têm consonância com as pautas do MIR.
No dia 19, Anielle retorna a Salvador para o lançamento da Jornada Abre Caminhos Pelo Brasil, que vai circular por todas as regiões do país para ouvir lideranças tradicionais de matriz africana para o combate ao racismo religioso.
Durante o mês, a ministra ainda irá à Colômbia a convite da vice-presidenta Francia Márquez para uma agenda de articulação internacional entre mulheres negras em espaços de poder para firmar cooperações na área de gênero e raça entre países da América Latina.