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“Nossa missão é fortalecer cada pessoa negra nesse país, principalmente cada mulher negra”, diz Anielle Franco em audiência na Câmara dos Deputados
Foto: Rithyele Dantas/MIR
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, esteve presente nesta quarta-feira (17) na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher para apresentar a estrutura e atuação de sua gestão do Ministério da Igualdade Racial. O encontro foi solicitado por requerimento realizado pela deputada Laura Carneiro (PSD-RJ).
Acompanhada por Roberta Eugênio, secretária executiva, a ministra apresentou uma linha do tempo das políticas públicas de combate ao racismo desde a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Anielle destacou a importância da recriação da pasta, agora com status de ministério, e do comprometimento do Governo federal com a promoção da igualdade racial.
Veja a apresentação completa aqui.
Ao falar sobre os programas e ações do MIR, a ministra destacou a transversalidade e o trabalho em conjunto com outros ministérios. “Todas as vezes que falamos a palavra transversalidade, quer dizer que temos responsabilidade com equidade, com paridade e que é essencial estarmos sempre pensando e trazendo em conjunto todos que podem contribuir".
A ministra Anielle Franco apresentou diversas ações desenvolvidas pelo ministério, como a titulação de territórios quilombolas, a garantia de 30% das vagas para pardos e pretos no serviço público e o Projeto de lei que cria o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, que já seguiu para apreciação do Congresso Nacional.
“É inadmissível que qualquer deputado ou deputada levante falso testemunho sobre a memória de Marielle e que não entenda a importância do combate a violência política nesta Casa ou em qualquer outra. O dia do enfrentamento à violência política é para que pessoas como Benedita da Silva não cheguem numa entrevista e diga que há 40 anos é vítima de violência política”, pontuou Anielle.
A ministra citou alguns dos casos de racismo que o MIR está acompanhando, como a expulsão da professora Samantha Vitena Barbosa de um vôo por agentes da ANAC. Ela ainda chamou a atenção dos parlamentares para o caso de Thamires Rocha, mãe de uma aluna de 6 anos que foi agredida e humilhada com xingamentos racistas em uma escola estadual na Zona Sul de São Paulo.
Em sua fala final, Anielle ressaltou que a política precisa mudar para acolher os mais diversos corpos e perfis e, assim, garantir a democracia.
“O nosso projeto de país não terminou, o nosso projeto de país segue sendo fortalecido. (...) A gente vai seguir firme, cuidando uns dos outros e cada vez mais, de cabeça erguida e do nosso jeito, porque ninguém vai ter que mudar para caber na política, é a política que vai mudar para que os nossos corpos caibam aqui, porque a gente vai entrar e seguir entrando, quer queiram, quer não”, finalizou.