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“Nós sabemos que a resistência quilombola é feminina”, diz ministra Anielle Franco em Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas
Foto: Luna Costa/ MIR.
A valorização da história, cultura e fazeres das mulheres negras e quilombolas foi o tema central da fala da ministra Anielle Franco nesta quarta-feira (14), durante o II Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos), em Brasília, que teve apoio do Ministério da Igualdade Racial.
“Nós sabemos que a resistência quilombola é feminina. As mulheres são o esteio das comunidades quilombolas”, disse a ministra. “São vocês, mulheres, que sustentam a coletividade, seja como agricultoras, guardiãs de sementes, como marisqueiras, apanhadoras de flores, de coco-babaçu, de açaí, de buriti e de tantos outros bens que a natureza oferece”, completou a ministra.
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A ministra também falou sobre a importância de reconhecer as ações das mulheres que vieram antes, e saudou a presença de Matilde Ribeiro, primeira ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. “É por conta da existência de mulheres como Matilde, que hoje existe o Ministério da Igualdade Racial”, afirmou.
A segunda edição do encontro acontece nove anos depois da primeira, e traz como tema “Resistir para Existir”. Cerca de 300 lideranças de comunidades quilombolas de todo o país e da América Latina se reúnem para debater sobre renda, bioeconomia, racismo ambiental, alimentação, acesso à educação, comunicação e direitos humanos.
Anielle também informou que tem mantido diálogos com a presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, no sentido de garantir empréstimos a juros menores para mulheres quilombolas, numa interlocução com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e também com o Ministério das Mulheres.
Anielle relembrou, ainda, as ações que o MIR tem feito para valorização do povo quilombola, como a recente titulação de cinco três territórios quilombolas no começo deste ano, as ações interministeriais em Alcântara, no Maranhão, e em Rio dos Macacos, na Bahia; além da visita ao Quilombo da Caçandoca, na região de Ubatuba, quando as chuvas atingiram o litoral de São Paulo.
Janja Lula da Silva, socióloga e primeira-dama, também participou do evento e exaltou a importância de as mulheres negras participarem da política. “As mulheres estão se afastando, estão com medo da política e isso não pode acontecer. É muito importante que vocês estejam aqui reunidas e que também pautem essa questão durante esse encontro”, defendeu Janja.
O evento também contou com a participação da secretária-executiva do MIR, Roberta Eugênio, do Secretário de Políticas para Quilombolas, Povos Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos, Ronaldo dos Santos, da Secretária do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Iêda Leal.