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“Eu não vou mudar para caber na política”, diz ministra Anielle Franco ao receber moção de louvor na Câmara Legislativa do Distrito Federal
Foto: Eurido Eduardo - Agência CLDF
A Ministra Anielle Franco recebeu na manhã desta quarta-feira (15), na Câmara Legislativa do Distrito Federal, uma moção de louvor pelo trabalho desenvolvido à frente do Ministério da Igualdade Racial.
A iniciativa foi proposta pelo deputado distrital Max Maciel, que em seu discurso destacou a longa trajetória acadêmica, profissional e política da ministra Anielle e suas contribuições para a consolidação de políticas públicas de igualdade racial no Brasil.
Em seu discurso, a ministra Anielle fez uma retrospectiva das dificuldades enfrentadas e salientou a importância da família, do estudo e do esporte como base e resistência para vencer na vida.
“Essa homenagem me honra muito receber. Para além de tudo, é uma homenagem que tem pessoas que eu admiro, que tem caminhado do meu lado, que tem segurado a minha mão e que fazem o dia a dia mais leve.
A ministra destacou ainda a importância da segurança, representatividade, continuidade e contribuições de mulheres negras na política. “Que a gente não adoeça nesses espaços, porque a política não pode nos adoecer. Eu não vou mudar para caber na política, porque as pessoas questionam meu cabelo, minha roupa, minha maneira de falar. Estamos caminhando para um avanço, não ceder, significa que vou chegar com meus valores, raízes, trazendo tudo que faz a mulher que sou, mas para que eu possa ressignificar e deixar esse lugar para outras pessoas que virão também”, pontua.
O deputado destacou também a importância social do Plano Juventude Negra Viva (PJNV) executado pelo Ministério da Igualdade Racial, como um instrumento público do governo federal, que busca a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo estrutural e apresentou em plenário a propositura do PJNV em âmbito distrital.
“Comemorar o que diante dos recorrentes casos de racismo ocorridos nas escolas, no esporte e aumento do genocídio de jovens negros? É por causa desses e de outros acontecimentos, que chamamos sociedade, movimentos sociais negros e o Governo do Distrito Federal para colocar em prática o recurso e o orçamento para executar o plano para os jovens da capital federal”, ressalta.
Max Maciel fez ainda um panorama sobre a importância da resistência e protagonismo do povo preto por direitos e defesa de uma vida digna pós 13 de maio – data que marca a abolição inconclusa e o abandono da população negra à margem de seus direitos sociais, políticos e econômicos e as consequências do racismo vividas até os dias atuais.
O hino nacional foi apresentado pela dupla musical Maria Paula e Sabrina, artistas negras da cena cultural brasiliense, mais conhecidas como As Margaridas.
Estiveram no evento, a secretária executiva do MIR, Roberta Eugênio; a Secretária Executiva do CNPIR, Larissa Santiago; as deputadas federais Carol Dartora e Érica Kokay, os deputados distritais Chico Vigilante, Ricardo Vale e Fábio Félix; a Coordenadora do Jovem de Expressão, Rayane Soares; a Representante do Pretos e Pretas em RelGov, Dara de Souza e representantes do gabinete da deputada Érica Hilton, do Instituto de Referência Negra Peregum, do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Matriz Africana (FONSANPOTMA) e do Pedagoginga.