Justificativa
É imperativo para o Brasil manter e desenvolver capacidade científica e tecnológica própria na área do conhecimento nuclear, seja para geração de eletricidade, seja para as novas oportunidades de aplicação de técnicas nucleares (medicina, agricultura, recursos hídricos, monitoração do meio ambiente, processos industriais e novos materiais), ou ainda para a atuação na esfera regulatória (licenciamento e fiscalização).
O déficit de eletricidade vivido pela sociedade brasileira em 2002 aponta no sentido da revisão da matriz energética nacional, onde a geração de energia elétrica de origem nuclear surge como opção economicamente viável e de baixo impacto ambiental. Cabe lembrar que o Brasil tem grandes reservas de urânio, além de estar capacitado para a fabricação de combustível nuclear (INB) e para a fabricação de componentes pesados para usinas nucleares de potência (NUCLEP).
Na área da saúde, técnicas e exames de medicina nuclear, além dos óbvios benefícios diretos para os pacientes, resultam também em economia de gastos públicos em razão da possibilidade de diagnósticos precoces e de tratamentos menos dispendiosos. Isto é especialmente importante quando se constata o envelhecimento da população brasileira, que se torna, portanto, mais sujeita a doenças como câncer, mal de Alzheimer e doenças cardíacas, para as quais a medicina nuclear, especialmente a tecnologia PET, oferece exames de grande valia.
Esses e outros exemplos da necessidade do desenvolvimento da ciência e tecnologia nucleares no País contrastam com a já preocupante falta de reposição do pessoal técnico do setor. Passada a euforia nuclear dos anos 70, os profissionais de então vêm retirando-se do mercado por idade, sem que aconteça a substituição de pessoal e a preservação e o avanço do conhecimento na medida requerida para enfrentar os desafios do futuro.