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Visita de físico da CNEA inicia parceria do IEN com argentinos
O IEN/CNEN recebeu, em setembro deste ano, a visita do físico Pablo Pérez, do Centro Atômico de Bariloche (CAB), instalação da CNEA (Comissão Nacional de Energia Atômica, a equivalente argentina da CNEN). Pérez veio em missão exploratória, com o objetivo de ajudar a DIRA (Divisão de Radiofármacos) no redirecionamento das suas atividades.
De ex-produtora de radiofármacos, a Divisão quer agora implantar técnicas nucleares variadas na linha do feixe número três do seu cíclotron (tipo de acelerador de partículas). Essas técnicas consistem na análise de materiais por meio da interação com feixes de partículas carregadas (prótons e partículas alfas). Conforme Julio Cezar Suita, chefe da DIRA, as técnicas às quais a Divisão quer se dedicar são:
- RBS (Rutherford Backscattering), que serve para detectar a presença de núcleos de elementos pesados em materiais leves.
- ERDA (Elastic Recoil Detection Analysis), que permite principalmente detectar hidrogênio molecular em metais. Técnica que interessa à Petrobras para a análise de dutos de gasolina, óleo e hidrocarbonetos em geral.
- PIXE (Particle Induced X-Rays Emission), que serve para a caracterização de materiais. Funciona basicamente pela ionização e excitação de átomos do alvo induzidas pelas partículas lançadas pelo acelerador.
- PIGE (Particle Induced Gamma Rays Emission). Também serve para a caracterização de materiais, mas neste caso a partir dos raios gama típicos dos seus núcleos.
A colaboração com os argentinos, cujas primeiras tratativas foram feitas pelo químico nuclear Paulo Cruz (DIRA), vai viabilizar a implantação dessas importantes técnicas no IEN/CNEN. Em um primeiro momento, a capacitação do pessoal da DIRA será via Web, com a orientação em relação ao tipo de equipamento necessário.
“O CAB/CNEA já aplica boa parte dessas técnicas, e é uma diretriz governamental incrementar parcerias com este nosso país vizinho”, pontua Suita. Os ministros da Ciência e Tecnologia do Brasil e da Argentina assinaram acordo de cooperação em ciência e tecnologia no dia 23 de janeiro deste ano, sendo que uma das oito áreas definidas como prioritárias é a de pesquisas nucleares. .
Reportagem e texto de Henrique Davidovich
Setor de Comunicação Social do IEN