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Pesquisa do IEN/CNEN busca opção para punção medular em leucemia
O objetivo da pesquisa, coordenada pelo radiofarmacêutico Ralph Santos-Oliveira, professor de pós-graduação e responsável pelo Laboratório de Nanoradiofámacos do IEN/CNEN, é substituir o procedimento pela análise do material coletado em um exame de sangue comum.
O grafeno, cristal de carbono considerado o material mais leve e fino do mundo, apresenta fluorescência na faixa do azul/verde. Essa propriedade permite sua utilização como um biosensor, na forma de quantum dots (nanopartículas de semicondutores). Na superfície dos quantum dots são inseridos ligantes específicos que, adionados à amostra de sangue, permitem a ligação com células cancerosas da leucemia, formando um complexo grafeno+célula.
Esse complexo é então removido por centrifugação e analisado por colorimetria. Quanto maior a intensidade da luz, mais células cancerosas. A molécula utilizada na pesquisa (imatinibe) é específica para o cromossomo Filadélfia, uma anormalidade cromossômica presente em mais de 95% dos casos de Leucemia Mieloide Crônica. É encontrado também em cerc a de 30% dos casos de Leucemia Linfoblástica Aguda e muito raramente na Leucemia Mieloide Aguda.
Os resultados do exame levam a um laudo clínico do tipo e estágio da doença, que vai indicar a terapia mais adequada para o paciente. A vantagem do método é evitar a punção aspirativa de medula, que é um procedimento doloroso e desconfortável.