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IEN/CNEN instala Estação Meteorológica
Estação Meteorológica instalada na sede do IEN/CNEN. Foto: Gledson Júnior
O Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN) implantou no mês de novembro a sua própria Estação Meteorológica, iniciativa que se tornou possível por meio de recursos recebidos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O equipamento é considerado de grande relevância para as ações de proteção radiológica praticadas pelo instituto.
A Estação Meteorológica do IEN/CNEN permitirá a atualização das análises de risco potencial das diferentes instalações nucleares, assim como estudos de dispersão atmosférica e impacto radiológico ambiental.
“A condição meteorológica de localização precisa do IEN/CNEN é fundamental para a análise de segurança e, consequentemente, do licenciamento de suas instalações”, afirmou Dr. Francisco Ferreira, chefe da Divisão de Engenharia Nuclear (DINUC/IEN).
Dados atmosféricos como o vento, velocidade e direção, precipitação, umidade relativa e pressão barométrica, medidos pela estação, permitirão ao instituto, futuramente, dispor de um banco de dados meteorológicos alimentados automaticamente através de transmissão via rede 4G.
Na avaliação do Dr. Francisco Fernando Lamego Simões Filho, Pesquisador Sênior do DRS/CNEN e Professor Permanente dos Programas de Pós-Graduação do IEN/CNEN e da Universidade Federal Fluminense, a principal limitação dos estudos de dispersão atmosférica das liberações radioativas potenciais, realizados pelo Comitê de Segurança do Reator Argonauta para subsidiar o laudo técnico do IEN/CNEN relativo ao ARI (Adicional de Irradiação Ionizante), foi a ausência de uma série temporal de, pelo menos, dois a três anos de registro contínuo de dados meteorológicos medidos localmente.
Alinda é previsto que, mais adiante, o banco de dados da Estação Meteorológica possa, através de uma parceria com a Coordenação-Geral de Reatores e Ciclo do Combustível da Direção de Radioproteção e Segurança Nuclear (CGRC/DRS), alimentar o Sistema ARGOS para preparação, resposta e mitigação de emergências.
“O uso do ARGOS permitirá a melhor tomada de decisão por parte do IEN/CNEN em caso de liberações acidentais para a atmosfera”, complementa Fernando Lamego
O pesquisador explica que o Sistema ARGOS é uma ferramenta de apoio à decisão em caso de acidente radiológico/nuclear, ou que envolva outros materiais perigosos, e possui um programa de avaliação de impacto radiológico e previsão de dispersão de pluma radioativa.
Atualmente, esse sistema oferece suporte a organizações de gerenciamento de emergências em 13 países, cobrindo uma população mundial de mais de 400 milhões de pessoas. Dentro desse grupo de instituições está a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que adquiriu a licença do Argos e vem participando, desde 2007, tanto como usuária quanto como desenvolvedora do sistema.
Escrita por: José Lucas Brito