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CNEN tem forte presença no 37° Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear e leva, com IPEN, prêmio de melhor trabalho científico
A CNEN e seus institutos tiveram forte presença no 37º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN), realizado entre 21 e 23 de setembro, no Armação Convention Center, em Porto de Galinhas, Pernambuco. O pós-doutorando do IPEN/CNEN, Arian Perez Nario, ganhou o prêmio de melhor trabalho científico, com o título "Síntese, caracterização in vitro e in vivo de um novo traçador PET como potencial agente para hipóxia tumoral”.
Com o tema "Teranóstico: da tradição à inovação”, o Congresso reuniu diversos especialistas que atuam na área de medicina nuclear para troca de experiências e para discutir as aplicações consolidadas e os avanços nas principais aplicações diagnósticas da imagem molecular. Médicos, pesquisadores, instituições de ensino e pesquisa representantes da indústria de radiofarmácia participaram do evento.
O trabalho premiado de Arian Nario visa sintetizar e caracterizar um radiofármaco inédito para a detecção de áreas de hipóxia no microambiente tumoral através de imagem molecular por Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e comparar esse produto inédito com o radiofármaco utilizado hoje em dia em estudos clínicos para detecção de hipóxia tumoral.
Hipóxia é uma condição patológica caracterizada pela redução no fornecimento de oxigênio para um determinado tecido ou célula. Atualmente, sabe-se que a hipóxia no microambiente tumoral está intimamente relacionada a aumento da agressividade tumoral, na taxa de recidivas, aumento de resistência à quimioterapia, e radioterapia e pior prognóstico.
De acordo com Nario, em comparação com outros métodos de diagnóstico por imagem não invasivos, a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) é uma das modalidades mais utilizadas na detecção de hipóxia tumoral devido a sua maior especificidade e resolução espacial.
Formado em Radioquímica, em Habana, Cuba, Nario chegou ao Brasil em 2015 para cursar doutorado em Tecnologia Nuclear, no IPEN/CNEN, sob a orientação do pesquisador Emerson Bernardes, no Centro de Radiofarmácia do Instituto. Atualmente, está no seu segundo pós-doutorado, no Centro de Laser e Aplicações (CELAP), sob a supervisão de Wagner de Rossi e a colaboração de Bernardes, trabalhando no desenvolvimento de um novo método para a produção de Radiofármacos.
Para Bernardes, a conquista do prêmio serviu para “reforçar a imagem da CNEN como produtora e pesquisadora de radiofármacos e como impulsionadora do desenvolvimento da medicina nuclear no Brasil”.
CNEN nos debates
Todas as unidades técnico-científicas da CNEN que lidam com medicina nuclear estavam representadas. Isolda Costa, diretora do IPEN/CNEN, e Maria da Penha, gerente do Centro de Metrologia das Radiações do mesmo Instituto, foram moderadoras da mesa-redonda "P&D e Inovação na CNEN”, que contou com a participação de pesquisadores do IRD, CRCN/NE e CDTN e IEN. Camila Salata, chefe de Aplicações Médicas da CGMI/DRS/CNEN, ministrou a palestra "A visão e o papel da CNEN”.
A pesquisadora Camille Pinho Vieira de Castro da Luz, do IRD/CNEN, falou sobre "Importância da rastreabilidade das medições da grandeza atividade de radiofármacos”. Elvis Jacira de França, do CRCN-NE, apresentou o tema "Integração do Laboratório Multiusuários para pesquisas em novas moléculas radiomarcadas do CRCN-NE com hospitais da Rede Esbserg”.
Pelo IEN/CNEN, a pesquisadora Luciana Cavalheira discorreu sobre "Inovação e desenvolvimento de novos radiofármacos no IEN”. Carlos Malamut, do CDTN/ CNEN, abordou o tema "Ações da Unidade de Pesquisa e Produção do CDTN”. Coube a Emerson Bernandes apresentar sobre "Visão do IPEN/CNEN no módulo Educação Continuada, P&D e Inovação”.
O gerente da Radiofarmácia de IPEN/CNEN também foi palestrante no módulo III – "Educação em Medicina Nuclear e desafios das terapias em Medicina Nuclear no Brasil”. Outros pesquisadores da CNEN participaram com apresentações de trabalhos orais.
Falando sobre o 37º CBMN de um modo geral, Isolda Costa disse que "buscou-se uma interação intensa entre a CNEN e a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). Houve uma maior aproximação entre a entidade e os institutos da CNEN como um todo, o que é altamente positivo para a sociedade”, concluiu a diretora do IPEN/CNEN.