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Bate-papo marca as comemorações pelo Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
O Instituto Evandro Chagas (IEC) e o Centro Nacional de Primatas (CENP) realizaram, na quinta-feira (16/02), o “Bate-papo Mulheres e Meninas na Ciência”. O evento estimulou o debate sobre temas relacionados às questões de gênero, pesquisa científica, rotina de trabalho, mercado, desafios e conquistas femininas em diversas áreas, marcando as comemorações pelo “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”. A data foi instituída pela Assembleia das Nações Unidas e é celebrada todo dia 11 de fevereiro em diversos países. A ideia é realizar atividades que contribuam para assegurar a participação feminina na ciência e tecnologia e que estejam alinhadas com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU).
O bate-papo teve a participação de Potira Fernandes e Silva, bióloga e Técnica em Pesquisa e Investigação Biomédica, que trabalha no setor de Manejo de Primatas do CENP; Liliane Almeida Carneiro, médica veterinária e Tecnologista em Pesquisa e Investigação Biomédica do CENP; Luana Soares, farmacêutica, pesquisadora e chefe da Seção de Virologia do IEC; Daniela Soares, farmacêutica e Tecnologista em Vigilância de Doenças Transmissíveis no Laboratório de ISTs e Tracoma da Seção de Bacteriologia e Micologia do IEC; e Lucélia Silva, colaboradora na área de serviços gerais e manutenção de laboratórios do IEC. Durante a conversa, elas compartilharam experiências vividas ao longo da vida acadêmica e profissional e relataram situações envolvendo maternidade, desafios para conciliar carreira com tarefas domésticas, percepção sobre assédio moral e sexual, além de momentos de alegria e superação já vivenciados. Elas também comentaram sobre a relevância da diversidade na pesquisa e sobre iniciativas nacionais e mundiais para tentar mudar o atual cenário, ainda desfavorável às mulheres.
Durante a abertura do evento, a diretora do IEC, Lívia Carício Martins, destacou a importância da equidade de gênero na Ciência e afirmou que é fundamental fortalecer o debate para dar visibilidade à participação das mulheres não somente na pesquisa, mas em todas as áreas do conhecimento. “Esse é um trabalho em rede. Apesar dos avanços que já tivemos, as dificuldades de acesso e permanência das mulheres na ciência ainda persistem. E nós fizemos questão de celebrar essa data com a presença dessas mulheres de variadas áreas do IEC e do CENP para que elas pudessem compartilhar com a gente as suas experiências. Que a gente continue sempre sonhando porque é somente com os sonhos que a gente vai construindo a nossa realidade”, afirmou.
Equidade de gênero e empoderamento - Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um apelo universal da Organização das Nações Unidas à ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas tenham paz e prosperidade. Um dos 17 objetivos é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Segundo o Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), divulgado em fevereiro do ano passado, o público feminino é maioria no Ensino Superior Brasileiro. Apesar do maior acesso, as brasileiras ainda são minoria em áreas ligadas às Ciências Exatas, por exemplo. Elas representam apenas 13,3% dos alunos de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e 21,6% dos cursos de Engenharia e profissões relacionadas.
Além disso, de acordo com dados da ONU, as mulheres geralmente recebem menos bolsas de pesquisa do que seus colegas do sexo masculino. Embora elas representem um terço dos pesquisadores em nível global, ocupam 12% dos membros das academias científicas nacionais.