Laboratórios
Núcleo de Pesquisa Clínica.
O Núcleo de Pesquisa Clínica da Seção de Virologia do Instituto Evandro Chagas (NPC/SAVIR/IEC) fica localizado no campus de Belém e tem como principal atividade o desenvolvimento de ensaios clínicos com vacinas e medicamentos em potencial, abrangendo recrutamento e acompanhamento médico de voluntários participantes de pesquisa clínica além de vigilância de eventos adversos.
Sua localização privilegiada guarda estreita proximidade com os bairros mais populosos da capital e com hospitais de nível terciário, públicos e privados, da região metropolitana de Belém. A área compreende oito consultórios médicos e salas para coleta de exames, administração de produto investigacional, entrada de dados remotos, monitoria, planejamento logístico de atividades de campo e câmara fria para armazenamento de vacinas/imunobiológicos.
O NPC/SAVIR/IEC possui colaboradores com expertise e certificação na área de pesquisa e normas de boas práticas clínicas, exigidas pelas autoridades regulatórias locais e internacionais.
Dentre as atividades já desenvolvidas no setor, desde a década de 90, estão os ensaios clínicos de Fase II, III e IV envolvendo vacinas contra rotavírus e anti-pneumocócica, ambas já disponíveis para uso gratuito no Programa Nacional de Imunizações do Brasil.
Mais recentemente, o NPC/SAVIR/IEC recebeu investimentos por parte da Fundação Bill & Melinda Gates, via Instituto D’or de Pesquisa e Ensino (RJ) e Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (PA), com vistas à ampliação do setor e seus laboratórios correlatos, além da capacitação de novos profissionais para o recebimento de protocolos envolvendo vacinas candidatas contra COVID-19, possibilitando assim maior atuação institucional no contexto da pandemia vigente e no desenvolvimento da pesquisa clínica na Amazônia.
. Laboratórios de Vírus Gastroentéricos.
O Laboratório de Vírus Gastroentéricos (LVG) – criado a partir da fusão dos laboratórios de Rotavírus (LROTA) e Norovírus e Outros Vírus Gastroentéricos (LNOV) – atua na pesquisa e apoio à vigilância epidemiológica dos principais vírus causadores de gastroenterite (diarreia e vômito). Como principais áreas de atuação e linhas de pesquisa, destacam-se a pesquisa e vigilância de rotavírus e norovírus em amostras de seres humanos, animais e ambientais (água, fômites, alimentos etc.); detecção e caracterização molecular de outros vírus relacionados a quadros de diarreia, como astrovírus, sapovírus, adenovírus entéricos, bocavírus humano, entre outros; estudos clínicos e epidemiológicos visando a produção de vacinas para rotavírus e norovírus; estudos filogenéticos e de evolução dos vírus gastroentéricos, com o uso do Sequenciamento de Nova Geração (NGS). Além disso, o LVG atua na formação de Recursos Humanos, no âmbito dos programas de Iniciação Científica (PIBIC) e Pós-Graduação (PPGV e PPGEVS) do Instituto Evandro Chagas/SVS/MS. Como principais achados, destacam-se a detecção e análise evolucionária do genótipo de norovírus GII.17, considerado emergente; detecção de rotavírus e bocavírus em pacientes receptores de rim transplantado; detecção e caracterização de vírus gastroentéricos em ostreiculturas e águas de produção; observação de viremia de rotavírus, norovírus e adenovírus entéricos em casos de gastroenterite em crianças hospitalizadas, entre outros.
Laboratórios de Vírus Respiratórios.
O Laboratório de Vírus Respiratórios (LVR) atua como um Centro Nacional de Influenza (NIC) junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como Laboratório de Referência Regional perante o Ministério da Saúde. Nesse contexto, o LVR tem desenvolvido suas atuações na vigilância laboratorial de vírus respiratórios, como o SARS-CoV-2 e prestado apoio às equipes de vigilância das secretarias estaduais e municipais de saúde, envolvidas na investigação dos casos de COVID-19, nos estados sob sua abrangência.
O Laboratório de Vírus Respiratórios (LVR) atua como Centro Nacional de Influenza (NIC, do inglês Nacional Influenza Center) junto à Organização Mundial de Saúde, assim como Laboratório de Referência Regional da Rede Nacional de Vigilância de influenza. Suas principais ações referem-se a vigilância laboratorial de vírus respiratórios de importância para a saúde pública mundial, como o SARS-CoV-2, influenza, vírus respiratório sincicial e outros. Nesse sentido, o Laboratório de Vírus Respiratório do Instituto Evandro Chagas (LVR-IEC) foi um dos primeiros da América do Sul a ser capacitado para o diagnóstico molecular de SARS-CoV-2.
O LVR desenvolve atividades voltadas para a investigação de casos suspeitos de reinfecção por SARS-CoV-2 em amostras oriundas dos estados sob sua abrangência, bem como a vigilância genômica deste vírus, visando investigar o surgimento de variantes com potencial para maior transmissibilidade, escape a resposta imune adquirida por infecções prévias ou mediante a vacinação e aquelas que estejam associadas a maior gravidade.
No que tange às ações de vigilância genômica esta tem se tornado uma ferramenta fundamental para se entender a dinâmica da pandemia de COVID-19, pois por meio deste monitoramento tem sido possível identificar variantes que trazem em seu código genético mutações, que podem conferir características que impactam no rumo da pandemia nos locais onde tais variantes emergem.
Laboratórios de Enterovírus.
Uma das principais atividades desenvolvidas pelo Laboratório de Enterovírus (LEV) é a vigilância das paralisias flácidas agudas (PFA), que envolve o diagnóstico laboratorial dos casos de PFA que ocorrem no norte e parte do nordeste do Brasil.
Cabe destaque dentre as atribuições do Laboratório os estudos, sobre enterovírus e o papel desses agentes como causa de meningites assépticas, surtos de doença de mão-pé-boca e conjuntivite hemorrágica aguda, em particular os poliovírus, no tocante à vigilância das PFAs, atendendo também ao programa de erradicação da Poliomielite. Como ferramenta principal realiza o isolamento e caracterização molecular de amostras de poliovírus vacinais (Sabin) isoladas a partir de casos de PFA, além de pesquisas envolvendo os membros da família Picornaviridae (Parechovirus, Cosavirus, Aichivirus entre outros).
O laboratório possui uma sala exclusiva voltada a manutenção de linhagens celulares, particularmente envolvendo linhagens contínuas utilizadas no isolamento viral e equipamentos utilizados na detecção e caracterização viral do agente etiológico em casos de surto e casos de meningites assépticas e meningoencefalites visando ampliar o conhecimento sobre a epidemiologia das enteroviroses.
Laboratórios de Epstein-Barr.
O Laboratório de Vírus Epstein-Barr trabalha nas elucidações diagnósticas de etiologia ou associação viral envolvendo as doenças Mononucleose Infecciosa, Linfomas, Leucemias, Câncer gástrico, Lupus, AIDS, Caxumba, Varicela/Zoster e relacionadas à infectologia de transplantes. Possui grande quantidade de colaboradores para prevenção da fragmentação da ciência, formando alunos nas áreas de imunologia, virologia e genética em níveis de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Laboratórios de Papilomavírus.
O Laboratórios de Papilomavírus (LHPV) atua em pesquisa e realiza diagnóstico dos Papilomavírus humanos nos diversos tecidos passíveis de serem infectados por este agente viral. Em pesquisa, o laboratório investiga a participação viral em diversos processos oncogênicos além do colo uterino, como nos tumores penianos, de cabeça e pescoço, além de identificar os tipos virais circulantes em nossa região realizando estudos epidemiológicos de prevalência, identifica novos Papilomavírus como de primatas do novo mundo através de técnicas de NGS (Next Generation Sequencing) e investiga fatores genéticos dos hospedeiros que podem concorrer para uma apresentação clínica mais severa ou de maior risco ao portador dessas infecções. Com relação ao diagnóstico, o LHPV possui ferramentas que são capazes de identificar a infecção viral através de técnicas de biologia molecular, em qualquer tecido infectado e com qualquer tipo de conservação: em temperatura ambiente, congelado ou inserido em parafina. Esses diagnósticos podem dar informação qualitativa e ainda identificar o tipo viral infectante, já que os HPVs possuem aproximadamente 40 tipos que infectam o trato anogenital. Além disso, o LHPV atua na formação de Recursos Humanos, no âmbito dos programas de Iniciação Científica (PIBIC) e Pós-Graduação (PPGV e PPGEVS) do Instituto Evandro Chagas/SVS/MS. Como principais achados, temos: na nossa região
os tipos de alto risco oncogênico foram identificados em cerca de 80% das infecções em mulheres que buscam atendimento de rotina ginecológica, o que confere um risco maior para o desenvolvimento de lesões neoplásicas; foi identificado o primeiro Papilomavírus de Primata do Novo Mundo em nosso laboratório através de técnicas de NGS, mostramos a alta taxa de infecção por HPV em tumores penianos em nossa região, entre outros.
Laboratórios de Retrovírus
O Laboratório de Retrovírus atua na pesquisa e vigilância epidemiológica dos dois principais agentes de importância clínica: HIV e HTLV. Na vigilância, o laboratório atua no diagnóstico sorológico dos dois retrovírus, em amostras de soro, plasma e sangue total, provenientes na sua maioria do Serviço de Atendimento Médico do Instituto Evandro Chagas (SOAMU), assim como de outros centros, como Hospitais Universitários, Laboratórios Centrais, entre outros. Além do diagnóstico sorológico, o Laboratório realiza o diagnóstico molecular do HIV e HTLV em amostras de sangue total e, eventualmente, em LCR. Na pesquisa, o laboratório possui linhas que investigam a filogenia e diversidade genotípica do HIV, assim como, o perfil de mutações de resistência viral aos inibidores de protease, integrase e transcriptase reversa em indivíduos livres de terapia antirretroviral (TARV) atendidos em centros de referência especializado, buscando avaliar a influências dessas mutações no início da TARV. O Laboratório atua também no estudo epidemiológico das infecções pelo HIV e HTLV em grupos específicos como: adolescentes, gestantes, profissionais do sexo e Homens que fazem sexo com Homens (HSH). Além disso, atua na pesquisa de marcadores imunológicos e virológicos em pacientes portadores das infecções pelo HIV e pelo vírus Epstein-Barr, como o perfil sorológico de citocinas e genético de citocinas e HLA. Com o HTLV, o laboratório já atuou em estudos que buscaram comparar diferentes protocolos para o diagnóstico sorológico e molecular, além de avaliar fatores da epidemiologia molecular do HTLV co-infectando indivíduos com HIV.
Laboratórios de Parvovírus e HHV-6
A doença exantemática é uma doença infecciosa sistêmica. Em que manifestações cutâneas costumam ser comuns a várias infecções, o que torna seu diagnóstico um desafio. Como essas doenças apresentam manifestações clínicas bastante semelhantes, o diagnóstico laboratorial é indicado tanto para confirmar o caso quanto para diferenciá-lo de outras doenças que evoluem com exantema.
No tocante à infecção pelo Parvovírus B19 as manifestações mais observadas são o eritema infeccioso e artralgia e/ou artrite. Grupos suscetíveis podem desenvolver formas graves da doença, tais como anemia crônica, crise aplástica transitória e aborto e hidropsia fetal durante a gestação. Nas infecções pelo Herpesvírus humano tipo 6 (HHV-6), classicamente denominada exantema súbito, a doença é de início agudo e com febre alta. Além disso, apresentações atípicas não são incomuns em ambos os agravos e podem levar ao diagnóstico incorreto.
O Instituto Evandro Chagas (IEC), Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, atua em estudos sobre esses vírus, contribuindo grandemente na elucidação dos aspectos epidemiológicos dos mesmos. Em adição às pesquisas realizadas, os laboratórios de Parvovírus B19 e Herpesvírus humano tipo 6 realizam o processamento de amostras de pacientes atendidos pelo Serviço de Atendimento Médico Unificado e auxilia outros centros da região Norte no esclarecimento diagnóstico em casos de síndromes febris e outros agravos em que há a suspeita de infecção por esses patógenos.
Laboratório de Imunologia
Criado em 2021, o Laboratório de Imunologia desenvolve ferramentas diagnósticas para o estudo da resposta imunológica do hospedeiro contra os agentes infeciosos, principalmente virais. O laboratório conta com o equipamento FACS Melody para realização de citometria de fluxo, gerando resultados de análise imunofenotípica e de separação, purificação e enriquecimento de tipos celulares específicos por sorting. O laboratório também é referência institucional no processamento de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) e criopreservação. O laboratório de imunologia tem como diretriz a observação e análise indissociável dos fatores relacionados à virologia, à imunologia e à genética para o entendimento dos diferentes agravos infeciosos. Possui parcerias com a Universidade de Oxford (Reino Unido), Universidade de Queensland (Austrália), AC Camargo (Brasil), Universidade Federal do Pará e Secretarias de Saúde.